O antigo Largo do Paço Imperial, atual Praça XV, no Centro do Rio, abrigou ao longo da década de 1890, uma rotunda para a exibição dos panoramas de Victor Meirelles em 360º numa tela de 115 metros de comprimento e 14,5 metros de altura.
Foi aberta à imprensa, em 2 de janeiro, e inaugurada para o público, com a presença do presidente Deodoro da Fonseca (1827 – 1892), em 3 de janeiro de 1891, com a exibição do Panorama do Rio de Janeiro e, no primeiro ano, foi visitada por cerca de 80 mil pessoas, o que correspondia aproximadamente a 17 por cento da população carioca então.
Os temas mais recorrentes dos panoramas eram batalhas, paisagens urbanas e temas religiosos. As rotundas foram especialmente projetadas para abrigá-los. Tinham uma arquitetura de interior redondo que possibilitava um tipo de observação onde o espectador podia se movimentar em várias direções, olhando do alto, a partir de um ponto central. O observador instalava-se no interior da pintura, ficando imerso na obra.
Destaque para a Panorama carioca pintada a partir do morro de Santo Antônio, com a cidade e a baía representada na hora do crepúsculo e o sol poente.
Victor Meirelles, que implantou a novidade que encantou o Rio à época, é considerado um dos mais importantes pintores brasileiros do século XIX. São de sua autoria quadros icônicos da história das artes plásticas no Brasil como A Primeira Missa no Brasil (1861), Moema (1866), Juramento de Princesa Isabel (1875), Passagem do Humaitá (1869) e A Batalha dos Guararapes (1879).
Fonte: Biblioteca Nacional
Foto: IMS