Fundada em 1936 pelo português Antonio Moraes, a sorveteria do Morais começou como uma mercearia. Na década de 70, os sorvetes de fruta produzidos por Dona Maria, mulher do Seu Morais, se tornaram uma febre na Zona Sul carioca.
Localizado na Rua Visconde de Pirajá 484, onde é hoje a Amsterdam Sauer, em Ipanema, a sorveteria do Morais, que tinha o nome de fantasia "Sorveteria das Crianças", desafiou o poderio do sorvete Kibon e resistiu 44 anos até fechar em 1980, principalmente pelo aumento dos aluguéis no bairro.
Divinos eram os sabores abacate, ameixa, bacuri, cajá, coco queimado, cupuaçu, fruta-de-conde, goiaba, graviola, jabuticaba, tamarindo, uva. As frutas eram descascadas quase que na hora e sua calda misturada apenas com água e açúcar sem essências ou aditivos.
No livro "Ela é Carioca", o jornalista e escritor Ruy Castro conta que até o presidente Juscelino Kubitschek era cliente e mandava comprar o sabor de jabuticaba para ser enviado a Brasília. "A Rainha Elisabeth, em visita ao Rio em 1968, teve caixas de sorvete de pitanga entregues no iate da comitiva", diz Castro.
E completa: "Seu Moraes morreu em 1984 com a mesma serenidade e delicadeza com que servia seus sorvetes".
O filho dele Adriano, tentou resgatar o sorvete vendendo o picolé nas prais ou em eventos sob encomenda.