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  • Syn De Conde, o galã brasileiro que conquistou Hollywood no início do cinema

    Da Redação em 07 de Agosto de 2022    Informar erro
    Syn De Conde, o galã brasileiro que conquistou Hollywood no início do cinema

    Syn De Conde foi o primeiro ator brasileiro a atuar em Hollywood. Nascido em 1894, na cidade de Belém, PA, batizado como Synésio Mariano de Aguiar e filho de um industrial paraense, foi estudar na Suíça e, escondido do pai, em 1916 se mudou para Hollywood disposto a ser ator.
     
    Na capital do cinema, arranjou bicos para se sustentar e um quarto de pensão, dividindo a despesa de aluguel com outro estrangeiro, o italiano Rodolfo Valentino.
     
    Supostamente influenciado por Rodolfo Valentino, o paraense passou a se exibir como dançarino de tango nas boates elegantes. Através da atriz Alah Nazimovaque, namorada Rodolfo Valentino, o paraense conheceu um estúdio de cinema e ao presenciar uma cena onde dançavam um tango, disse ao diretor que faria melhor, demonstrando na ocasião esta qualidade.
     
    Dessa forma, foi aceito como coadjuvante do filme em produção e daí em diante passou a figurar em produções "Classe A".
     
    Foi um ator conhecido por atuar em "Revelation" (1918), "The Girl Who Stayed At Home" (1919) e "Rouge e Riches" (1920). Com uma curta carreira, que durou apenas três anos, ele atuou em nove filmes, trabalhando com grandes nomes da época, como Alla Nazimova, Dorothy Gish, Geraldine Farrar e D. W. Griffith.
     
    Syn De Conde e Carol Dempster
    O filme "A Garota Que Ficou em Casa" (The Girl Who Stayed At Home / EUA, 1919) de David Wark Griffith não é dos mais conhecidos ou aplaudidos trabalhos do cineasta considerado "o pai do cinema", por seu pioneirismo na criação dos elementos que fazem a linguagem cinematográfica.
     
    Mas para nós brasileiros e principalmente para os paraenses, tem significativa importância pelo fato de ter no elenco um brasileiro, Synésio Mariano de Aguiar. Por ironia ele interpreta um conde francês na história de uma jovem norte-americana, filha de um confederado (homem que lutou pelo sul na Guerra Civil).
     
    A garota (Carol Dempster, atriz muito conhecida na época) vê seu namorado (Richard Barthelmess) e o amigo deste (Robert Harron), também pretendente à sua mão, partirem para a guerra (a Primeira Mundial).
     
    Curiosamente, o pai de Syn, Mariano de Aguiar, foi o último a saber da carreira ao ir ao cinema e ver o filho vestido de beduíno puxando um camelo em uma aventura do folclore árabe. 
     
    Contrariado com a situação, solicitou o retorno urgente do filho rebelde. Desconhecia, contudo, que este havia se casado na Califórnia com Anna Pauley. Logo foi providenciado o divorcio e Syn De Conde retornou.
     
    Em 1921, Syn De Conde foi processado por sua ex-esposa, Anna Pauley De Conde, e condenado a pagar US$ 150 dólares por mês em pensão alimentícia, com base em sua alegação de que sua renda anual foi de US$ 30.000 e que o pai dela, Hubert, tinha um depoimento dizendo que sua conta bancária tinha recentemente um saldo de US$ 50.000.
     
    De acordo com as referências extraídas do New York Times, em 1921, Syn De Conde passou a residir em New York, na 118 West Seventy-Second Street.
     
    Em 1927 ele retornou ao Brasil, via Rio de Janeiro. Nesse ano estreava na então Capital Federal o filme "O Homem Mosca" (Safety Last, 1923) onde se via o comediante Harold Lloyd escalar um edifício.
     
    A divulgação do lançamento baseava-se nessa proeza de Harold Lloyd, que foi assumida por Syn De Conde e, segundo ele, para provar que "não era só norte americano que tinha essa coragem", escalando um prédio na Av. Rio Branco, e, com isso, ganhando manchetes de jornais.
     
    Em 1928, já em Belém, o ousado ex-estudante acomodou-se como professor de inglês, na Escola Normal, casando-se com uma paraense. Teria sido um casamento arranjado pelo pai. Nada que o transformasse num sério chefe de família.
     
    Syn De Conde só muito mais tarde foi reconhecido como o "ator paraense em Hollywood", em 1972, através de uma informação de Adalberto Affonso, gerente local da empresa Severiano Ribeiro, ao crítico Pedro Veriano.
     
    Na busca pelo personagem, encontrou-o doente, num dos sobrados da Av. Serzedelo Corrêa, que herdara de familiares. A atuação do critico como médico fez a amizade com o então lendário ator, que lhe mostrou um álbum com as fotos de sua atuação no mundo do cinema mudo. Tudo o que ele havia dito numa primeira entrevista e que se supunha ser delírio do ancião enfermo, foi constatado.
     
    Não só fotos com artistas famosos e de sua atuação como dançarino ao lado de sua partner, uma jovem belíssima, mas pôsteres de filmes e cartas de recomendação de gerentes de produtoras como do famoso Louis B. Mayer, da Metro Goldwyn Mayer.
     
    Esse material serviu a uma exposição do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM) dirigido por Cosme Alves Neto. Depois chegou à Belém junto com a organização da primeira mostra de cinema amador e a reunião dos cineclubistas da região norte em 1976.
     
    Syn de Conde nunca mais voltou a atuar. Ele voltou a ser o anonimo Sinésio Mariano de Aguiar, funcionário do Ministério da Agricultura no Pará, onde permaneceu por 44 anos, até se aposentar.
     
    No fim da década de 80, Synésio Mariano de Aguiar foi para o Rio de Janeiro, onde faleceu em 1990, aos 95 anos, vítima de de insuficiência cardíaca.
     
    Fonte: Wikipedia

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