O Rio de Janeiro está sempre nos surpreendendo. No alto do Morro da Viúva existe um antigo reservatório de água da CEDAE construído em 1878. Ele está em completo abandono e tomado pela vegetação. É como se entrássemos num túnel do tempo com construções antigas e uma incrível vista do Cristo Redentor, do Pão de Açúcar e da Baía de Guanabara.
O reservatório é composto por duas câmaras semi-enterradas com 30m de largura por 25m de comprimento cada uma, totalizando 1500m². O fundo fica a 4m de profundidade e o trecho que emerge do chão tem cerca de 1m.
Apesar do abandono, o local é preservado pelos próprios moradores que ocupam 12 casas no entorno e que se encarregam de capinar e podar as árvores. Os moradores estão no local há várias gerações. Não é uma comunidade, apenas um conjunto de casas com segurança para visitas.
O reservatório do Morro da Viúva fazia parte do plano de abastecimento de água para a cidade do Rio de Janeiro concebido pelos engenheiros Jerônimo de Moraes Jardim e Luiz Francisco Monteiro de Barros.
Foi construído por Antônio Gabrielli por contrato com o Governo Imperial e era alimentado através do Reservatório dos Macacos. Passou a receber água também de Pedregulho de forma a equilibrar o abastecimento e atendia os bairros de Botafogo, Praia Vermelha e Leme.
O acesso ao local é pela Av. Oswaldo Cruz esquina com a Travessa Acaraí (ver mapa). No final da travessa existe um escadaria com 200 degraus que pode ser percorrida em menos de 10 minutos, mas que exige preparo físico. Não é aconselhável a idosos e inviável para portadores de necessidades especiais.
Apesar de ser aberto à visitação não é recomendável chegar depois das 17h para a segurança dos moradores locais. O que pouca gente sabe é que é pode ser visitado, inclusive com um guia morador do local. Diego, um rapaz super educado e solícito, faz uma visita guiada contando as histórias do local com contribuição colaborativa.