O Parque Estadual Cunhambebe (PEC) abrange parte dos municípios de Angra dos Reis, Mangaratiba, Rio Claro e Itaguaí, possuindo uma área de 38.053 hectares.
O nome Cunhambebe foi escolhido para homenagear o grande cacique tupinambá, líder no episódio histórico Confederação dos Tamoios, ao unir chefes indígenas de diferentes tribos da região do litoral norte de São Paulo e do sul fluminense para lutar contra os colonizadores portugueses. Sua aldeia se localizava em terras que hoje pertencem ao Município de Angra dos Reis.
A finalidade principal da criação do PEC, que ocorreu no ano de 2008, foi assegurar a preservação dos remanescentes de Mata Atlântica da região sul fluminense da Serra do Mar, permitindo a conectividade entre os maciços da Bocaina e do Tinguá, preservando montanhas, cachoeiras e demais paisagens notáveis.
Trata-se de uma unidade de conservação com papel fundamental para garantir a conservação de uma das principais fontes de abastecimento de água da população do sul do Estado do Rio, além de promover a proteção da fauna e flora nativa e propiciar a pesquisa científica.
Outras unidades de conservação geridas pelo Inea estão situadas nesta mesma região turística da Costa Verde: Área de Proteção Ambiental (APA) Estadual de Mangaratiba; Área de Proteção Ambiental (APA) Estadual de Tamoios; Parque Estadual da Ilha Grande e Reserva Ecológica Estadual da Juatinga.
O parque protege importante remanescente de vegetação. A floresta atlântica montana, típica do bioma Mata Atlântica, se apresenta na forma de floresta ombrófila densa, em seus respectivos gradientes de submontana a altomontana, e a floresta estacional semidecidual submontana e montana, que, como essas denominações já sugerem, distinguem-se principalmente pela altitude do relevo onde se encontram.
Na vegetação voltada para o litoral é comum encontrar uma grande variedade de espécies arbóreas de diferentes grupos. À medida que atinge altitudes mais elevadas, a floresta aumenta e fica mais complexa. O relevo forte e íngreme e de acesso difícil contribuiu para a preservação.
Dentro dos limites do parque está abrigada uma grande parte da diversidade biológica regional, com espécies de interesse científico e em risco de extinção. Destacam-se o macaco muriqui (Brachyteles arachnoides), a jaguatirica (Leopardus pardalis), a onça-parda (Puma concolor) e a paca (Cuniculus paca), que estão presentes na lista de espécies da fauna ameaçada de extinção.
Com relação à avifauna, há uma notável diversidade de espécies, tais como a jacutinga (Aburria jacutinga), o gavião-pombo-pequeno (Amadonastur lacernulatus) e o papa-moscas-estrela (Hemitriccus furcatus).
O clima tropical subquente úmido e subúmido predomina na região, pois há influência marítima sobre a amplitude térmica diária. O período mais chuvoso na região é o verão, seguido pela primavera.
Com relação à temperatura, a diferença da média anual entre as vertentes sul e norte é influenciada pelo relevo, com a tendência de que ocorra a diminuição da temperatura conforme aumenta a altitude.
Além disso, a proximidade com o mar torna a amplitude térmica menor na vertente sul. Aí, a temperatura média anual é de 23,2°C, três graus acima do que na vertente norte, que tem média anual de 20,9°C.
Os índices de umidade relativa média anual variam, na vertente sul, entre 75% e 82% durante todo o ano e, na vertente norte, entre 82% e 86%.
Fonte e fotos: Parque Estadual do Cunhambebe/INEA