O dia 28 de junho, Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, data sinônimo de resistência e força, marca a luta contra a homofobia, a transfobia e todas as formas de preconceito à população LGBTQIAPN+.
No intuito de reconhecer e reafirmar essa importante causa, o Centro Cultural Justiça Federal (CCJF) realiza, durante o mês de junho, o II Festival Identidade em Cena.
A programação especial, voltada à valorização da cultura, história e vivências da comunidade LGBTQIAPN+, contará com espetáculos teatrais e musicais, debates e rodas de conversa que abordam questões urgentes, como a violência e os conflitos internos nos quais gays, lésbicas, bissexuais, transexuais, travestis, pessoas transgênero, queer, intersexo ou assexuais vivem.
A agenda temática do festival, que comemora a 2ª edição este ano, segue com objetivos mais amplos. Além de dar visibilidade aos desafios enfrentados diariamente pela comunidade LGBTQIAPN+, o CCJF também será espaço para celebrar a alergia, a leveza, a criatividade e a força de pessoas com gêneros, identidades e orientações sexuais diferentes que lutam, dia após dia, pelo direito de existir, amar e ter dignidade.
“A arte tem potência para provocar diálogo, gerar empatia e fortalecer as diversas identidades que compõem a nossa sociedade. Ao realizar a segunda edição do Festival Identidade em Cena, o CCJF se soma a esse movimento de afirmação, criando espaço para que as vozes e expressões da comunidade LGBTQIAPN+ reverberem, celebrem suas potências e compartilhem suas muitas narrativas. É por meio do encontro, do afeto e do reconhecimento das diversidades que seguimos construindo, juntos, uma sociedade mais justa e plural.” destaca Maria de Oliveira, diretora da Divisão de Cultura do CCJF.
No dia 3 de junho, a abertura da programação do II Festival Identidade em Cena acontece com a roda de conversa sobre Diversidade no Audiovisual e no Teatro, que promete levantar reflexões sobre representatividade, desafios e avanços do tema na cena cultural.
O encontro será mediado por Camila Doudement, do Programa Rio Sem LGBTIfobia, e contará com a participação de Wescla Vasconcelos, travesti, atriz e produtora, referência em arte e ativismo, Wellington Júnior, professor, teórico do teatro e artista da cena, Klever Schneider, ator, produtor e diretor focado em novas dramaturgias e identidades dissidentes, Jesus Borges, ator, produtor e cineasta, Matheus Vieira, jornalista, ator, produtor e pesquisador das artes da cena e Celso André, ator e produtor.
Na seara teatral, participam do festival três espetáculos. A Sala Branca, em cartaz de 6 a 29 de junho (sexta a domingo), peça que traz a história de um encontro inesperado de um ex-aluno e a antiga professora que leva-os a confrontar suas próprias escolhas e antigas feridas, revelando como o passado continua a influenciar suas vidas.
Cine Coração, que acontece nos dias 7, 14, 21 e 28 de junho (sábados), espetáculo inspirado em conceitos como o teatro performativo e o teatro pós-dramático, que cria um espaço de escuta, partilha e conexão emocional ao propor um jogo entre teatro e cinema, no qual a presença do público é essencial. E a peça Expurgo, em cartaz dias 10, 11, 17, 18, 24 e 25 de junho (terças e quartas), que convida o público a mergulhar em uma história puxada da memória do protagonista: a infância, a adolescência na igreja e a “saída do armário” que arranhou a relação dele com a mãe.
No Cinema, o Trans Cineclube exibirá, nos dias 13 e 20 de junho, três curtas-metragens, seguidos de debates e roda de conversa com os realizadores dos filmes e representantes da comunidade LGBTQIAPN+. Na ocasião, também haverá apresentação — música, teatro, poesia e dança — de artistas trans por sessão. E, além disso, acolhimento psicológico, com atendimento voluntário para o público trans e parcerias com coletivos LGBTQIAPN+ e instituições de direitos humanos, fortalecendo redes de apoio e mobilização social.
Já na área musical, o público poderá prestigiar, no dia 29 de junho, Afetos Críticos, novo projeto de Àrt, cantor, compositor e multi-instrumentista. O show mergulha nas nuances do amor e das relações homoafetivas. Inspirado pela dualidade entre os sabores doces e ácidos das experiências afetivas, a apresentação traduz, em música e performance, as complexidades das emoções humanas, oferecendo uma jornada sensorial, reflexiva e tocante por meio de uma sonoridade ancorada na Black Music brasileira, atravessada por influências R&B, Soul e Pop.
A literatura também trará contribuições ao festival (dia 27/6), com a roda de conversa O Mundo Editorial e os autores LGBTQIA+. O encontro trará ao debate questões ligadas ao mercado editorial e a representatividade LGBTQIAPN+ no segmento. Com mediação de Léa Carvalho, publisher da Editora Metanoia, especializada em gênero, sexualidade e diversidade, a mesa também conta com a participação de Jean Cândido, publisher das Edições Cândido, e Lucas de Melo, autor independente, que debaterão temas como os desafios e caminhos para escritores LGBTQIAPN+ no Brasil.
Durante o evento, o público será brindado com intervenções artísticas, nas quais autores, misturados na plateia, lerão trechos curtos de suas obras, mostrando o que está sendo produzido atualmente na cena literária LGBTQIAPN+. Ao final, haverá sorteio de livros.