A exposição New Territories é o mais novo trabalho de Marcela Gontijo. Grandes metrópoles sempre fizeram parte da vida da artista, que já morou em São Paulo, na Cidade do México e em Hong Kong. O ritmo acelerado, as misturas de etnias e as constantes ocupações e transformações das cidades são os principais elementos deste trabalho.
Com texto de apresentação de Felipe Scovino, a mostra conta com sete obras inéditas de grandes dimensões (2 x 2,20 e 1,80 x 1,20), produzidas em suportes como lona ou compensado. Os trabalhos foram feitos nos últimos quatro anos, período em que a artista viveu em Hong Kong. Foi num ateliê chinês alugado na região chamada New Territories, que Marcela reuniu todos os elementos urbanos que achou interessantes, como jornais, revistas, panfletos e fotografias das ruas. “É uma área fora do centro, bastante industrial, mas que agora tem também algumas residências. Um espaço em total transformação”, diz.
A artista começou suas obras pelas pinturas, depois vieram as colagens a partir dos elementos encontrados nas ruas e, por fim, as grossas fitas coloridas, restos também das lojas de New Terrotories. Como uma trama urbana, parte dos trabalhos de Marcela não têm molduras, são colados à parede, num repertório como o das metrópoles, onde não se sabe onde é o início ou o fim.
Marcela selecionou dois trabalhos para serem finalizados no Rio, às vésperas da exposição, com elementos encontrados pela artista na Cidade Maravilhosa. Com isso, ela chama a atenção para questões comuns aos grandes centros urbanos em todo o mundo, como a especulação imobiliária. “Com essa exposição quero chamar a atenção para a multiplicidade. O mundo mudou, não cabem mais muros. Temos que criar novas formas de entender o território e suas ocupações”, resume.