Um dos mais longevos festivais de fotografia da América Latina, o FotoRio 2025 chega a mais uma edição reafirmando sua vocação para o diálogo plural e o intercâmbio global.
Entre setembro e outubro, a cidade do Rio de Janeiro recebe uma série de exposições inéditas em espaços como o Centro Cultural Justiça Federal (CCJF), Instituto Cervantes, Galeria da Aliança Francesa, Centro Carioca de Fotografia e Casa Proeza. Todas as atividades são gratuitas.
Com mais de duas décadas de história e mais de 1.200 mostras realizadas, o festival se consolida como plataforma de encontro entre artistas, curadores, pesquisadores e público. Nesta edição, os trabalhos abordam temas como identidade, ancestralidade, justiça social, meio ambiente e reinvenção dos corpos.
A programação no CCJF tem início em 9 de setembro com nove exposições que percorrem diferentes vertentes da fotografia — do documental ao performativo, do político ao poético. Entre elas estão mostras da Temporada França-Brasil, como Mulheres: identidade e meio ambiente — Uma cartografia sensível, com curadoria de Ioana Mello e Jean-Luc Monterosso, e Sóis Negros, de artistas afro-guianenses, em diálogo com a cultura francesa.
O festival também destaca projetos de relevância histórica e social, como O Povo Leva! O Povo Leva! – O Funeral de JK, com imagens de Juvenal Pereira e curadoria de Milton Guran; 10 Anos de Guerras sem Fim, de Gabriel Chaim, sobre conflitos no Oriente Médio; e o trabalho dos artistas indígenas Kamikia Khisêtjê, Renan Khisêtjê e Sâksô Khisêtjê, que denuncia os impactos do agronegócio em seus territórios.
Outras exposições ampliam a diversidade do FotoRio 2025, entre elas Vale Night, de Aleta Valente; Altinha, de Tanara Stuermer; Como Olhar Junto, de Luiza Baldan; e Nego Fugido – Memórias Quilombolas, de Nicola Lo Calzo.
Todos os artistas participarão da abertura, reforçando a proposta de aproximação entre público e criadores.
Segundo o fotógrafo e antropólogo Milton Guran, coordenador do festival, a edição de 2025 lança “um olhar atento sobre pertencimento identitário, memória social e política, diversidade cultural, conflitos civilizatórios, sororidade e a tragédia da guerra”, reunindo autores com excelência estética e conceitual.
Além das mostras, o FotoRio promove atividades paralelas, como a Rede de Fototecas (11/09), a palestra da fotógrafa Luciana Whitaker sobre sua experiência no Alasca (17/09) e uma conversa com Juvenal Pereira (22/10), revisitando a cobertura histórica do funeral de Juscelino Kubitschek.
O FotoRio 2025 conta com patrocínio do Itaú e da Helexia Brasil, com realização do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.