Em “Rita Benneditto convida Jaime Alem”, a voz da cantora e as violas e violões do maestro passeiam por um repertório que vai de canto indígena a Arlindo Cruz, de Gilberto Gil a Bumba-meu-boi.
O disco recém lançado, é um recorte do espetáculo que vem rodando o Brasil, marcado pela riqueza do encontro da voz da cantora com os timbres dos instrumentos de corda do maestro, e foi cuidadosamente pensado para que fosse mais do que uma simples transposição. No estúdio, elas ganharam novas cores, novas leituras que acrescentaram mais recheio às músicas.
Conhecida por trabalhos enérgicos e dançantes como “Tecnomacumba” e “Samba de Benneditto”, Rita mostra uma face acústica, delicada, neste trabalho com Jaime. Juntos, Rita e Jaime pensaram no repertório e na sonoridade do espetáculo a partir das cordas como a grande metáfora.
Ela se refere tanto às cordas vocais, as cordas dos instrumentos do maestro, quanto às cordas do coração. Aquelas pelas quais, em sentido figurado, passam os sentimentos de amor, amizade, solitude e saudade, somados a ideia de pertencimento a um chão desenhado em todas as músicas, tanto no show como no álbum que agora tomou forma.
Estão lá os cantos indígenas dos Urubu-Kaapor (“Credo”, trecho da missa indígena “Kewere” criada por Marlui Miranda), o chamado à responsabilidade e à reflexão de “Rosa de Hiroshima” (Gerson Conrad e Vinicius de Moraes, clássico dos Secos & Molhados).
Rita e Jaime se enraízam num terreno onde “Meu Lugar” (Arlindo Cruz) é muito maior do que a Madureira da letra da canção. Trazem também o Bumba-meu-boi do Maranhão de “Se não Existisse o Sol” (Chagas), o anjo tosco de “As Asas” (Chico César), “o mais bonito dos planetas” cantado em “O Sal da Terra” (Beto Guedes e Ronaldo Bastos) e “No Tempo dos Quintais” (Sivuca e Paulinho Tapajós), em tom de seresta interiorana, e outras belas canções que retratam esse Brasil profundo que nos encanta.
O repertório ainda traz a mistura de sentimentos de pureza em “Feliz com Meu Bem” (Jaime Alem), do amor que segue dando o tom em “O Que Fomos Nós (The way we were)” (Alan Bergman/ Marilyn Bergman/ Marvin Hamlisch), versão em português escrita por Jaime para o sucesso na voz de Barbra Streisand.
Além dessas canções citadas que estão no disco, estarão também no show “Tem Quem Queira” (Antônio Vieira e Pedro Giusti), “Impossível Acreditar Que Perdi Você” (Marcio Greick e Cobel) e “Deixa a Gira Girar” (Mateus Aleluia / Os Tincoãs), que completam o retrato do nosso lugar, o mais bonito dos planetas, o rio de nossa aldeia.
Em "Rita Benneditto convida Jaime Alem", a cantora dá continuidade à inquietação criativa e ao desejo de experimentar – sem perder a coerência e a assinatura artísticas que a transformaram numa referência de qualidade na cena musical brasileira.
Classificação: Livre
Venda antecipada na bilheteria: de quarta a domingo, a partir das 14h, até terminar os espetáculos.
Concepção e Direção Geral: Rita Benneditto
Direção Musical, violões, viola e vocais: Jaime Alem