A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) está coordenando uma ação com as 12 escolas do Grupo Especial, além da União da Ilha e Estácio de Sá (que desfilaram em 2020 na elite da folia), para produção de aventais para rede pública de saúde e máscaras para comunidades das agremiações no combate ao Covid-19, o novo Coronavírus.
“Consultamos todas escolas e a adesão foi unânime. É uma força-tarefa. Algumas já estão produzindo máscaras, doando cestas básicas e material de higiene pessoal. Todas vão participar da produção de máscaras e aventais. Recebemos a orientação de médicos do Hospital do Fundão (UFRJ), da Fiocruz, além da secretaria municipal de Saúde, para identificarmos os insumos necessários e os modelos para produção”, disse.
Segundo Castanheira, a coordenação da Liesa envolve também o contato com fornecedores que possam contribuir com os insumos para a produção dos aventais e máscaras.
“Algumas escolas vão utilizar seus barracões para produção, outras preferem usar pontos mais próximos das comunidades ou suas quadras. Estamos buscando soluções para diminuirmos o impacto do vírus. A ideia é ter seis costureiras por escola. A Liesa vai dar uma remuneração básica. Isso por 30 dias e vamos vendo a demanda e necessidade de todas. Já temos instruções de voluntários, médicos, que querem ajudar para desenvolvermos os aventais e máscaras”, explicou.
O presidente da Liesa frisou a importância do uso das máscaras, após a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde.
“A máscara é uma forma de proteger a gente e as outras pessoas. Esse momento é crucial para trabalharmos juntos nessa força-tarefa e ajudarmos quem nos ajuda o ano inteiro. É o momento de darmos as mãos e sairmos dessa crise. Para não deixarmos a população sofrer um impacto maior. As escolas e os sambistas sempre são solidários”, afirmou Jorge Castanheira.
Uso de aventais passa de 2 mil em hospital do Rio
Para se ter uma ideia, só no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, referência para tratamento da Covid-19, chegam a ser utilizados por dia 2 mil desses capotes – que são parte dos equipamentos de proteção individual (EPI). Por ser um material descartável, é necessária a reposição constante dos estoques. O presidente da Vila, Fernando Fernandes, diz que, “para quem costura para o carnaval, fazer os capotes será moleza”. Ele colocará seis costureiras encarregadas da missão: “A escola sempre ajuda os cariocas com várias ações sociais e não ia deixar de abraçar essa causa”.