Da Redação em 24 de Maio de 2023 - Informar erro
Já é grande o vai e vem de operários trabalhando na reforma do Palácio do Itamaraty, no Centro do Rio. A obra, prevista para durar até cinco anos, vai recuperar o acervo, os cinco edifícios do complexo e o seu mobiliário histórico.
O projeto, visitado pela Agenda Bafafá Rio, inclui ainda a construção de um anexo ao edifício existente, conhecido como Edifício das Cavalariças, para interligar todos os setores de acervo, reforma do lago, remodelação dos jardins, construção de cafeteria, loja de souvenirs e obras de acessibilidade.
A intervenção abrange também o tratamento de todo o acervo museológico e bibliográfico e de seu mobiliário como prateleiras da biblioteca, armários, móveis e equipamentos.
Nas escavações, onde será construída a nova casa de bombas do lago, estão sendo encontrados artefatos dos séculos XIX e XX, entre azulejos, pratos, xícaras, garrafas de vidro e peças de metal. Todo o material está sendo catalogado e posteriormente será incorporado ao acervo salvaguardado do Museu.
Destaque também para a instalação de modernos equipamentos de mitigação de incêndio como o sistema de segurança de gás inerte (que absorve o oxigênio), esguicho de névoa e brigada de incêndio permanente.
Os recursos orçamentários captados para as obras no Palácio e Biblioteca somam, até o momento, R$ 9,3 milhões provenientes de emendas parlamentares. O BNDES participa ainda com outros R$ 3,6 milhões para prevenção de incêndios em acervos e R$ 16 milhões para tratamento de acervos documentais. Além disso, a instituição binacional Itaipu contribuiu com R$18 milhões para obras do Edifício das Cavalariças e R$4,99 milhões para inventário e desinfestação do acervo da Biblioteca. Os recursos de R$ 2,9 milhões para as obras de filtragem biológica do lago são provenientes de recursos próprios do MRE.
Construído em 1850, por encomenda do barão do Itamaraty, a edificação foi uma das primeiras a ser tombada pelo Iphan, em 1938. O prédio foi residência dos presidentes Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto e Prudente de Morais. Durante muitos anos foi sede da diplomacia brasileira até a mudança para a capital federal.
Seu acervo é composto por cerca de 4.000 peças, entre tapetes, móveis, porcelanas, relógios e quadros. Há pinturas de Debret e Pedro Américo; mobílias do gabinete de Pedro II; gravuras, louças e luminárias com retratos da família real.
O Arquivo guarda 2.800 metros lineares de documentos da vida diplomática brasileira. A Biblioteca tem cerca de 150 mil volumes relacionados à história nacional e às relações exteriores.
Enquanto durarem as obras, os cisnes estão hospedados no Bioparque do Rio. Já as visitas, resumem-se a estudantes de relações internacionais e o funcionamento ao setor consular do Escritório de Representação Diplomática.