O Carrefour Brasil informou neste sábado que as vendas do dia 20 de novembro das lojas Carrefour Hipermercados serão doadas para entidades ligadas à luta pela consciência negra, posicionamento adotado após o assassinato por espancamento de um homem negro em uma das lojas da rede, em Porto Alegre.
Em nota à imprensa, a varejista afirmou que o Dia da Consciência Negra, celebrado na véspera em várias cidades do Brasil, deveria ser marcado pela conscientização da inclusão de negros e negras na sociedade, mas “foi o mais triste da história do Carrefour”.
Na quinta-feira, João Alberto Silveira Freitas foi espancado até a morte na unidade do Carrefour de Passo D’Areia, na capital gaúcha, o que teria ocorrido após ele discutir com uma caixa do supermercado que então chamou o segurança da loja.
O crime causou comoção nacional e pelo menos duas lojas do Carrefour foram depredadas em Porto Alegre e São Paulo.
A divulgação das ações vem após o presidente do Carrefour, Alexandre Bompard, se manifestar na tarde da véspera em sua conta no Twitter. “Medidas internas foram imediatamente tomadas pelo Grupo Carrefour Brasil, principalmente em relação à empresa de segurança contratada. Essas medidas são insuficientes. Meus valores e os valores do Carrefour não compactuam com racismo e violência".
Ele pediu também que a filial brasileira realizasse “uma revisão completa das ações de treinamento dos colaboradores e de terceiros, no que diz respeito à segurança, respeito à diversidade e dos valores de respeito e repúdio à intolerância”.
O empresário Abilio Diniz, que integra o Conselho de Administração do Carrefour Brasil e é um dos acionistas da companhia, também se manifestou no Twitter, classificando a morte de Freitas como “tragédia e uma enorme brutalidade”. “Pedi à empresa que não meça esforços e trabalhe incansavelmente para que fatos trágicos como este jamais se repitam no Brasil”, escreveu.
Fonte: Exame