O meio cultural do Rio de Janeiro está revoltado com a exoneração do Prof. Mario Chagas do cargo de diretor do Museu da República.
Esta decisão é especialmente controversa porque Chagas foi por uma chamada pública para um mandato até 2026.
O argumento de que Mário Chagas "não é alinhado" com os dirigentes do Ministério da Cultura é risível. Vale destacar que nem mesmo o governo Bolsonaro teve a ousadia de demitir Mário Chagas, algo que acabou acontecendo sob um governo progressista.
Acreditamos que a decisão não reflete a postura do presidente Lula, que não tolera atitudes arbitrárias, especialmente quando o cargo é ocupado por meio de eleição. Estamos confiantes de que essa decisão será revogada pelo governo do presidente Lula.
Mário Chagas, museólogo, poeta e agitador cultural, transformou o Museu da República. Antes vazio e sem alma, o local agora é um dos espaços culturais mais procurados e respeitados do Rio de Janeiro, com agenda lotada com um ano de antecedência.
Durante a pandemia, enquanto o negacionismo se espalhava, Chagas abriu as portas da instituição para a vacinação, tornando o museu um dos principais locais de atendimento na Zona Sul. Além disso, o museu deixou de cobrar ingresso desde que Chagas assumiu a direção. Sua exoneração é um "tapa na cara" da cultura carioca e deve ser revista imediatamente.
Acreditamos que a ministra da cultura, Margareth Menezes, foi erroneamente induzida a retirar Mário Chagas do cargo, e estamos confiantes de que sua biografia não será manchada por uma decisão que parece muito mais pessoal de alguma autoridade interessada na posição ocupada por Chagas.
Editorial Agenda Bafafá