A primeira concessão para implantar o serviço dos bondes sobre trilhos e os de tração animal foi dada em 1856 ao médico inglês Thomas Cochrane (1805-1873), sogro do escritor José de Alencar (1829-1877).
O primeiro trajeto ligou o Rocio (hoje Praça Tiradentes) à Gamboa. Em 1868, a Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico entrou em operação, com bondes puxados a burro, pelos atuais bairros da Zona Sul. A estação do Jardim Botânico só foi inaugurada em 1871.
Em meados de 1872 surge a palavra bonde, originada pelo fato que naquela época as passagens custavam 200 réis, e não existiam moedas de prata cunhadas deste valor em circulação. Diante disso, a empresa emitiu pequenos cupons ou bilhetes em grupo de cinco, pelo preço de um mil réis, devido à grande quantidade de cédulas deste valor em circulação.
O nome é derivado de bond (bônus) em inglês, cupons que eram vendidos com cinco bilhetes para facilitar o troco. Com o tempo o povo passou a denominar o próprio sistema de bonde.
A Carril Urbana, por sua vez, era responsável pela ligação do centro da cidade ao porto, passando pela região da atual Praça da Bandeira e alcançando bairros cariocas como Vila Isabel, Caju e Tijuca. Essas linhas ampliaram, significativamente, a malha urbana para muito além da região do Centro Antigo, favorecendo a configuração de outro perfil para a cidade do Rio de Janeiro, capital da monarquia do Brasil.
Para a historiadora Elisabeth von der Weid, “o bonde foi um elemento essencial para a expansão e organização do espaço urbano no Rio de Janeiro”, pois onde o urbano cresce o rural vai desaparecendo, à medida que a cidade expande.
A era dos bondes elétricos no Brasil começou no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro. O projeto de 1892 era uma extensão da linha de bondes da Tijuca até o Alto da Boa Vista. O transporte ficou bem mais ágil e rápido e bairros foram surgindo como Ipanema que recebeu o bonde em 1902.
Em 1967 foram extintos substituídos pelos ônibus.
Fonte: Multirio/GuarAntiga