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  • Edifício Santos Dumont, mais alto do Rio na década de 70, tinha restaurante giratório na cobertura

    Da Redação em 26 de Julho de 2021    Informar erro
    Edifício Santos Dumont, mais alto do Rio na década de 70, tinha restaurante giratório na cobertura

    Na década de 70, o Edifício Santos Dumont era o mais alto do Rio com 45 andares e destaca-se ao longe por seu formato cilindrico e fachada de vidro. No último pavimento foi construído o único restaurante giratório da América do Sul, onde os visitantes e clientes, sentados em suas mesas, vislumbrariam, durante uma hora, 360º no entorno do edifício. Ele foi desativado em 1993.

    Do pavimento de cobertura pode ser vislumbrada toda a beleza da cidade do Rio de Janeiro – a baía de Guanabara, o maciço da Serra da Carioca, a região serrana fluminense, o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor, a Ponte Rio-Niterói, o estádio do Maracanã, Niterói, parte da Zona Norte e subúrbios, o Aterro do Flamengo e todo o Centro da cidade.

    Quando em 1970, o Clube de Aeronáutica realizou a concorrência para escolher a empresa que construiria sua sede, optou-se pela forma circular pois garantiria o melhor aproveitamento do terreno de 1.300 m², localizado na esquina da rua Santa Luzia com a avenida Calógeras.
     
    Só ela ofereceria ampla visibilidade em todas as janelas, conjugando a forma nobre com a necessidade de abrigar lojas, instalações para o Clube de Aeronáutica, um hotel, pavimentos comerciais e garagens.

    O projeto audacioso enfrentaria sua primeira dificuldade ao se iniciarem as escavações do solo. Logo abaixo da superfície serpenteava o enrocamento do antigo cais, vestígio de época anterior de sucessivos aterros, quando o mar ainda beirava a rua Santa Luzia.
     
    Era preciso vencer o espesso muro de pedra, que chegava a alcançar até 9 metros de profundidade e, outros tantos de largura. Vencido os obstáculos, a obra prosseguiu até seu ponto fundamental: a armação e o erguimento da forma deslizante, num dos métodos de construção mais avançados da época. Um desafio tecnológico, com que seria realizado o núcleo central.

    Durante 3 anos, 11 meses e alguns dias, a obra foi sendo levantada de 20 metros abaixo do nível do terreno até 140 metros de altura da superfície. No dia 3 de novembro de 1971 o terreno começava a ser preparado para permitir o início dos trabalhos de fundações.
     
    Depois de concretados três pavimentos utilizando-se formas convencionais, iniciou-se o levantamento do núcleo central através do sistema de formas deslizantes, provocando grande surpresa nos que das ruas acompanhavam o crescimento diário do edifício. As formas deslizantes movimentavam-se no sentido vertical apoiada pela força de macacos hidráulicos, deixando abaixo de si uma estrutura de concreto já armada.
     
    Estes macacos hidráulicos reagiam sobre tubos comprimidos de aço resistente que eram colocados dentro da forma, embutidas nas paredes de concreto.

    À medida que a forma se enchia de concreto, os macacos iam subindo, guiados pelos tubos de elevação, em etapas de aproximadamente seis centímetros. Através deste sistema, subiram 45 pavimentos no espaço de 58 dias, ganhando-se tempo e segurança na elevação de mais de 121 metros.

    Utilizando-se 620 mil lajotas foi iniciada a fase de alvenaria. O Edifício tinha, então, o formato exterior de uma imensa árvore de concreto, com as lajes de concreto aparente ligadas pelas vigas radiais ao núcleo central. Com a colocação de esquadrias de alumínio e dos vidros a aparência externa do edifício começava a mudar.
     
    O taqueamento dos pisos dos pavimentos utilizou dois mil metros de tacos de peroba e onze mil metros de tacos de ipê. Nas 4.400 janelas da fachada foram aplicados 8 mil m² de vidros cristal bronze de 6 mm, importados do Japão.
     
    Foram utilizados na fachada 11.000 m² de alumínio anodizado na cor natural, correspondentes a 96 toneladas de alumínio. A fachada foi finalizada com o envernizamento do concreto, utilizando-se vernizes à base de resina de poliuretano, impermeabilizante.

    E quando, em novembro de 1975, a Servenco entregou ao Clube de Aeronáutica o edifício mais alto do Estado com suas 4.400 janelas, havia erguido um monumento à técnica e a perseverança, ponto referencial do Centro da cidade do Rio de Janeiro. O edifício, inaugurado com a denominação “Edifício Clube de Aeronáutica”, teve seu nome, posteriormente, modificado para Edifício Santos Dumont, quando a sede do Clube de Aeronáutica retornou às suas antigas instalações na Praça Marechal Âncora, junto ao COMAR III.
     
    Fonte: Edifício Santos Dumont


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      • Comentário do post Paulo Schwartz:
        O restaurante chamava-se La Tour. Estive algumad vezes la.

      • Comentário do post Walter Santos:
        Na praça Tiradentes havia nos idos de 1961, um restaurante popular, giratório. Era no térreo. Almocei lá algumas vezes e jantei no Santos Dumont, uma vez, desfrutando daquela vista magnífica.


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