O Solar da Fossa ocupava um casarão de dois pavimentos no bairro do Botafogo, onde é hoje o Riosul. Os 85 apartamentos da pensão, que funcionou de 1964 a 1971, teve como hóspedes futuros nomes importantes da cultura brasileira.
Atores, músicos, cineastas, jornalistas, escritores, ainda em início de carreira, optavam pela hospedagem barata do lugar. Entre eles, Caetano Veloso, Gal Costa, Ruy Castro, Zé Keti, Paulinho da Viola, José Wilker, Paulo Coelho, Cláudio Marzo e Beth Faria, estes últimos chegando a se casar no pátio da pensão.
No final dos anos 60, o Solar da Fossa era o refúgio de jovens idealistas que encontravam no local um espaço livre para criação, e óbvio, para farras intermináveis. Consta que lá foram compostas algumas obras-primas da nossa música, como Alegria, Alegria (de Caetano Veloso) e Sinal fechado (de Paulinho da Viola).
O nome da pensão é atribuído ao carnavalesco Fernando Pamplona que tinha se separado da mulher e foi morar lá com uma fossa terrível. "Pamplona pode ter levado sua fossa para o casarão e até batizado com ela, mas nem ele conseguiu se manter depressivo por muito tempo – o astral do Solar o curou", revela o jornalista e escritor Ruy Castro.
A pensão foi tema até de livro do jornalista Toninho Vaz, intitulado Solar da Fossa, A República dos Magros. "O elemento vital na aura do Solar era o desejo de liberdade pessoal ou coletiva. Havia algo de revolucionário no ar", conta o autor.
E virou também o musical Contra o vento, dirigido por Felipe Vidal. Quem tiver curiosidade pode assistir o filme
"Máscara da Traição", disponível no Youtube, com algumas cenas rodadas no Solar.
Antes de ser pensão, o Solar era uma fazenda do século 18 que posteriormente funcionou como manicômio para mulheres.
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