Um fato que marcou época no Rio de Janeiro, no final do século XIX, foi a rebelião dos estudantes de medicina em favor da quitandeira Sabina, uma mulher negra e pobre que vendia frutas no entorno da faculdade de medicina, no Largo da Misericórdia. Ela tinha sido proibida de vender sua mercadoria por ordem da polícia.
Na véspera, a diligência oficial do ministro da Fazenda, Visconde de Ouro Preto, ao cruzar a rua da escola, foi atingida por jovens estudantes "republicanos" com frutas da banca de Sabina, que nada tinha a ver com a história. Na manhã seguinte, o subdelegado regional Jacome Lazary ordenou o fechamento da quitanda.
A decisão foi o estopim para um grande protesto que incluiu até passeata que percorreu as ruas do Ouvidor até a Av. Primeiro de Março, a mais movimentada da cidade então. Não houve confronto com a polícia, mas foram ouvidos vários xingamentos contra sua majestade Pedro II.
O protesto, que ficou conhecido como a "manifestação das laranjas", com os estudantes carregando laranjas espetadas em bengalas e guarda-chuvas, causou desgaste que acabou levando o policial à renúncia do cargo e Sabina pôde voltar a vender suas frutas novamente.
Fonte: Revista de História da Biblioteca Nacional