O Rio de Janeiro, definitivamente, ao longo da história, provou ser uma cidade que não aceita imposições e medidas de força.
Uma delas, ocorrida no distante ano de 1964, quando o então secretário de Segurança, o coronel Gustavo Borges, ameaçou prender quem beijasse em público durante o carnaval daquele ano.
A justificativa é que os beijos atentavam contra o moral e os bons modos. A medida acabou sendo um tiro na culatra, pois a imposição não foi respeitada por ninguém e acabou gerando uma "epidemia" de beijos naquele carnaval.
Até nomes conhecidos condenaram a imposição: "Foliões precisam beijar para brincar", declarou então a cantora Emilinha Borba. O ator Ítalo Rossi também criticou a proibição. "Beijo na boca é uma coisa naturalíssima entre os povos mais civilizados do mundo", disse. A atriz Brigitte Blair foi mais crítica. "Com certeza o coronel não sabe beijar", fuzilou.
A proibição foi um tremendo fracasso já que nunca se beijou tanto na boca como naquele carnaval de 1964.
Fonte: Rio Memórias/Biblioteca Nacional