Cooper era um dos rock stars mais badalados dos anos 70 e veio ao país no auge do sucesso. Ele não decepcionou os 200 mil espectadores dos shows no Maracanazinho e no Anhembi, na capital paulista. Cantou vestido de preto com machado na mão, uma réplica de cobra e sangue artificial na roupa.
Em entrevista à revista Rolling Stones, edição brasileira, Alice Cooper, cujo nome real é Vincent Furnier, disse que ficou surpreso quando seus shows bateram recorde de público chegando a 100 mil pessoas no Anhembi e mesmo número no Ginásio do Maracanãzinho.
"O Brasil era governado por militares e ninguém queria saber de uma figura como eu por perto. Só liberaram nossa permissão de trabalho quando ficaram convencidos de que não haveria qualquer tipo de manifestação política contra o regime nas apresentações. Ainda assim, grupos religiosos tentaram proibir a minha vinda ao país", disse Cooper.
No Rio de Janeiro, Cooper circulou pela piscina do Copacabana Palace, tomou cerveja e chegou a conversar com fãs na calçada do hotel. Não fosse uma estrela do rock, poderia ter passado por qualquer cabeludo dos anos 70.
Cooper só retornou ao Brasil em 2000 com o espetáculo British Rock Symphony. Acompanhado por uma orquestra sinfônica, de 30 músicos e um coral de 10 vozes, Alice, Jon Anderson (ex-Yes), Alan Parsons (do Alan Parsons Project) e Tony Hadley (ex-SpandauBallet) apresentaram clássicos do rock em shows no Rio e São Paulo.