No Rio de Janeiro, nos anos 60, as "gangues de rua" eram grupos de jovens que se organizavam em torno de áreas geográficas específicas da cidade e geralmente estavam envolvidos em atividades como brigas territoriais e outras formas de delinquência juvenil.
Uma das gangues mais conhecidas foi a "Galera do Méier", que atuava no bairro do Méier, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Eles eram conhecidos por seu código de conduta e sua rivalidade com outras gangues da cidade.
Outra gangue famosa foi a "Turma da Tijuca", que dominava a região da Tijuca, também na Zona Norte, e era conhecida por delimitar o território para outros grupos de bairros.
Essas gangues eram parte de um cenário urbano complexo e muitas vezes violento, que refletia as condições sociais e políticas da época.
Na Zona Sul do Rio de Janeiro, nos anos 60, também havia a presença de gangues de rua, embora em menor número em comparação com outras áreas da cidade. Essas gangues eram muitas vezes formadas por jovens de classes média e alta e estavam envolvidas em atividades semelhantes às das gangues de outras áreas, como brigas territoriais e delinquência juvenil.
Uma das gangues mais conhecidas da Zona Sul foi a "Turma da Praia do Flamengo", que atuava na região da Praia do Flamengo e arredores. Eles eram conhecidos por seu estilo de vida rebelde e por desafiar as normas sociais da época. A gangue era composta por jovens que frequentavam as praias e tinham um estilo de vida boêmio.
Outra gangue famosa da Zona Sul foi a "Turma da Lagoa", que se reunia nas imediações da Lagoa Rodrigo de Freitas. Eles eram conhecidos por suas festas e encontros sociais, mas também estavam envolvidos em conflitos com outras gangues da região.
Em entrevista ao Bafafá em 2018, o ator Antônio Pedro falou a respeito. "A minha adolescência foi em Copacabana, na Rua Constante Ramos, onde tínhamos uma turma que brigava com as outras. Aprendi boxe na rua. As turmas bravas eram a do Lido e da Miguel Lemos. Era testosterona pura, falta do que fazer. Em pleno verão vestíamos casaco de couro e imitávamos o Marlon Brando. Tinha festas todos os sábados e junto com elas, sempre porrada. Nos bailes de formatura também. Na escola naval, os alunos iam fardados e a gente provocava eles", segredou então o artista..
É importante ressaltar que, apesar de sua reputação muitas vezes negativa, nem todos os membros das gangues eram necessariamente criminosos. Muitos jovens se juntavam a esses grupos em busca de identidade e pertencimento, em um contexto social e político complexo da época.