A Baía de Guanabara foi descoberta em janeiro de 1502, pelo explorador Portugues Gaspar de Lemos, quem a nomeou Rio de Janeiro, acreditando que era um rio.
Os indígenas, entretanto, denominavam-na, em tupi-guarani, como iguaá-Mbará (iguaá=enseada do rio, e mbará=mar ) e de Guanabara (seio de onde brota o mar) pelos Tamoios. Ela é a resultante de uma depressão tectônica formada no Cenozoico entre o bloco da Serra dos Órgãos e diversos maciços costeiros menores. Constitui a segunda maior baía, em extensão, do litoral brasileiro, com uma área de aproximadamente 380 km².
Sua profundidade varia de 50 m na entrada do canal de ligação com a plataforma interna (de 1,8 km de largura), até menos de 1 m nas áreas internas, próximas às margens. A profundidade média é de 7,6 m.
A Baía de Guanabara não está morta. Pelo contrário, debaixo de suas águas poluídas, há verdadeiros santuários marinhos. Raias, corais, botos, caranguejos, polvos e tartarugas lutam diariamente para sobreviver em meio a toda carga de sujeira que chega dos 16 municípios do seu entorno.
A Baía de Guanabara é a sexta do mundo e a primeira do Brasil com a maior biodiversidade de elasmobrânquios (grupo que reúne raias e tubarões), segundo uma pesquisa feita pelo Instituto de Biologia da UFRJ.
A maré sobe e desce de seis em seis horas. De 12 em 12 dias, metade da água é trocada, varrendo para fora dela boa parte da sujeira. Enquanto o lixo se acumula mais adentro, como na Ilha do Governador, no fundo do mar e nas enseadas, na sua entrada, perto da Praia da Urca, onde a circulação é maior, as águas são mais limpas.
As principais fontes de poluição da Baía de Guanabara são o esgoto industrial, onde 80% dele é proveniente de apenas 52 indústrias, 7 t/dia de óleo, 20 m3 /s de esgoto doméstico e 800 m3 /dia de chorume (CEDAE, 199-).
Na Área de Proteção Ambiental de Guapi-Mirim, o Rio de Janeiro tem uma área de manguezal em plena Baía de Guanabara. O único trecho não poluído abriga 242 espécies de aves, 167 espécies de peixes (sendo 81 marinhos e 86 fluviais), 34 espécies de répteis e 32 espécies de mamíferos, que habitam o mangue, as florestas alagadas, os rios e o mar fundo da Baía de Guanabara.
Deste censo merecem evidência o boto-cinza, espécie mais ameaçada, com pouco mais de 30 animais restantes, em vista de extinção local, o gato mourisco (espécie de felino de pequeno porte), a lontra e uma diversidade imensa de aves, algumas em risco de extinção, como o pato-do-mato, a biguatinga e outras espécies migratórias do hemisfério norte, tais como trinta-reis-de-bando e trinta-reis-real.
Fonte: PELD Guanabara e O Globo
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