Dificilmente quem viveu no Rio de Janeiro nos anos 70 e 80 não tem uma história para contar do Baixo Leblon. O local era o buchicho da cidade, um espaço de liberdade e rebeldia e ponto de encontro para ver e ser visto.
Na esquina da Av. Ataulfo de Paiva com Rua Aristides Espínola, a pizzaria Guanabara, o restaurante Diagonal e o Luna bar eram disputados com fila na porta durante a madrugada. E tinha ainda o Jobi, bem anterior ao modismo, aberto em 1956 e o Real Astória, outra lenda da noitada carioca.
Nos cinco bares, as pessoas se aglomeravam na calçada e até na rua para beber em pé e ficar azarando sem hora para ir embora.
A pizzaria Guanabara era muito frequentada por artistas como Cazuza, Lobão, Djavan, Caetano Veloso (que batia ponto no local), tinha uma lanchonete na frente onde era possível comer e beber em pé, uma varanda lateral disputadíssima e um pequeno salão refrigerado muito disputado também.
Já o Diagonal tinha mais a proposta de restaurante mesmo e era sempre o plano B quando as outras casas estavam cheias.
Tinha ainda o Luna Bar, no outro extremo da rua também com uma varanda e um salão interno refrigerado.
Os bares tinham a reputação de praticamente não fechar e lugar "certo" para terminar a noite. A relação de confiança entre clientes era tanta que os garçons passavam recados deixados pelo telefone da casa.
O Luna hoje é só lembrança, sobraram a pizzaria Guanabara, que quase fechou durante a pandemia) e o Diogonal, sem o glamour de antigamente.