No dia 4 de junho, faz 28 anos da morte de Roberto Burle Marx, o paisagista mais importante do Brasil no século XX. Sua obra está espalhada pela cidade, em todo Brasil e até no exterior.
Destaque para os jardins do Museu de Arte Moderna (Aterro do Flamengo), o Parque do Flamengo, o Calçadão de Copacabana, a Casa Roberto Marinho (Cosme Velho) e do seu próprio Sítio na Barra de Guaratiba.
Ao todo, são algo em torno de 1500 jardins desenhados ao longo de uma vida dedicada a plantar paisagens. Destaque ainda para os jardins do Museu de Arte da Pampulha assim como os jardins da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o desenho do Eixo Monumental, em Brasília, o exterior do Palácio Karnak, sede do governo do Piauí.
A vida desse artista não se limitou ao paisagismo. Burle Max teve pinturas expostas na Biena de Veneza, em 1970. Seu ateliê, no sítio de Guaratiba, guarda desenhos de diferentes épocas com diferentes materiais: estudos de azulejaria, cenários para balés no Municipal, maquetes das tapeçarias do Palácio dos Arcos, em Brasília; e de decoração da Avenida Rio Branco para o Carnaval. Ele conviveu com artistas de várias áreas — de Anita Malfatti e Di Cavalcanti a Villa-Lobos e Mário de Andrade.
Mas foi o paisagismo sua atividade de maior projeção. Burle Marx semeava jardins desde 1932. Autodidata, ele se aprofundou em botânica e se tornou um grande conhecedor da flora brasileira. O Instituto Americano de Arquitetura considerava-o o verdadeiro criador do jardim moderno e, para o Royal College of Arts, de Londres, o artista foi o maior paisagista do mundo.
Suas sementes de jardineiro também estão plantadas em residências, como a mansão de Júlio e Odete Monteiro, em Petrópolis. No entanto, o paisagista dizia preferir fazer jardins públicos, para que o povo pudesse desfrutar de sua obra. A menina dos olhos de Burle Marx era o Parque do Flamengo, mas ele criticava a falta de conservação do lugar.
O jardineiro foi muito além do jardim: autor dos cenários da peça "O retrato de Dorian Gray" e do projeto do calçadão de Copacabana, o cidadão honorário da cidade de Pistóia (Itália), deixou sua marca nas esculturas vivas que plantou por todo o país. Deixou a semente do paisagismo no Brasil.
Prêmios na Europa e nos EUA
Primeiro paisagista a ter seu trabalho exposto no Museu de Arte Moderna de Nova York, Roberto Burle Marx colecionou premiações internacionais por sua obra paisagística. A exposição em Nova York, em 1991, reuniu uma mostra com dez de seus maiores projetos, entre eles, os jardins do Ministério do Exército, em Brasília; o calçadão de Copacabana; o estudo para um jardim em Berlim, na Alemanha, em 1929; e o nunca executado projeto para o Parque Ibirapuera, em São Paulo.
Burle Marx criou jardins para o Biscayne Boulevard, em Miami, e teve projetos expostos na Alemanha, na Áustria e no Japão. Do Royal College of Arts de Londres, recebeu o título de doutor honoris causa. Homenagem concedida também pela Universidade de Florença. A Academia de Arquitetura da França premiou-o com a Medalha de Ouro.
Fonte e foto: Acervo O Globo
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