Acidentes ferroviários acontecem há mais tempo do que imaginamos. Na madrugada do dia 07 de junho de 1951, um carro-tanque da Standar Oil, ao atravessar a passagem de nível, em Nova Iguaçu, enguiçou no meio da linha férrea sendo colhido pelo "elétrico" UM12. Resultado: a explosão provocou a morte de 51 pessoas e deixou centenas desaparecidas.
Quando o trem parou estava coberto de chamas e as pessoas nos primeiros vagões morreram carbonizadas. O resgate dos feridos foi caótico e os hospitais nunca tinha registrado um acidente dessa proporção.
O atendimento às vítimas foi precário, faltavam ambulâncias, vagas em hospitais, um pandemônio que sacudiu a Baixada Fluminense.
O jornal Última Hora, que cobriu o acidente, narrou a desolação de parentes dos mortos. "Meu filho não queria trabalhar naquele dia, estava com febre. Mas, tirei ele da cama e fiz ele ir. Pensei que fosse preguiça, eu matei meu filho", disse uma dona de casa desconsolada. Um jovem de origem japonesa, que perdeu o pai no acidente desabafava: "Papai foi comprar sementes na cidade".
Depois do choque, pessoas desesperadas corriam pela via férrea como tochas humanas e outras estavam amontoadas sobre as outras como num crematório. As chamas no primeiro vagão atingiram 30 metros de altura e iluminaram a noite. O calor chegou a fundir alguns corpos e nenhum pode ser reconhecido, com a exceção do maquinista.
Mesmo com a repercussão, o acidente não impediu que acontecesse outro pior no ano seguinte, em 1952. Um trem de passageiros se chocou com um trem cargueiro, em Anchieta, e deixou 90 mortos e 200 feridos.
Fonte: Jornal Última Hora