Surgida em 1967, a churrascaria Carreta marcou época em Ipanema. Fundada pelo português Teixeirinha, junto com Alain Melo e Raul Melo, fechou as portas em 1982 já que o aluguel ficou insustentável. A Carreta era a preferida de artistas, jornalistas, atores e outros formadores de opinião que disputavam as mesas.
Segundo Ruy Castro, no livro Ela é Carioca, os dois frequentadores mais assíduos eram Vinícius de Moraes e Antônio Carlos Jobim, mas batiam ponto por lá também nomes como Costa e Silva e Ernesto Geisel.
"A Carreta foi um grande ponto para encontrar gente e ficar bebendo até tarde", conta Ruy.
A frequencia de artistas era tanta que muitos adolescentes costumavam ficar na porta para pedir autógrafos na entrada ou na saída dos famosos.
A Carreta servia rodízio apenas de maminhas de alcatra. E as maminhas não vinham em espetos, mas cortadas finas, servidas numa bandeja de metal.
Consta que o dono Teixeirinha sempre comentava com os clientes "quase morri ontem". Quando eles perguntavam a razão, ele respondia "de saudades de vocês".
O cantor Francis Hime, no Livro Trocando em miúdos as minhas canções (Editora Terceiro Nome), narra um detalhe interessante no Carreta. “Num sarau na casa de Vinicius (de Moraes), mostrei a ele a melodia de um samba. Ele gostou e me pediu que deixasse gravado numa fita. Qual não foi minha alegria, meses depois, ver o Poetinha me aparecer na Churrascaria Carreta, em Ipanema, com uma letra escrita num guardanapo de papel? Era ‘Sem mais adeus’ (1962), nossa primeira parceria. Quase caí para trás”, recorda.