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  • Construído em 1862, batizado de Palácio Nova Friburgo, o Palácio do Catete virou moradia presidencial em 1896

    Da Redação em 03 de Junho de 2021    Informar erro
    Construído em 1862, batizado de Palácio Nova Friburgo, o Palácio do Catete virou moradia presidencial em 1896

    O Palácio do Catete foi construído a partir de 1862, ficando pronto quatro anos depois,  por Antônio Clemente Pinto, o Barão de Nova Friburgo. Fazendeiro e comerciante de café, banqueiro e industrial, ele chegou a ser o homem mais rico do Brasil durante o Segundo Império
     
    Tido até hoje como um dos mais suntuosos palácios da cidade, a fachada monumental do palácio dava frente para o então Largo do Valdetaro e o lado direito para a Rua Bela do Príncipe, hoje Silveira Martins.
     
    Ele foi construído no lugar das casas de número 159, 161 e 163 do Caminho do Catete e seus respectivos terrenos de fundos, que se estendiam até a Praia do Flamengo.
     
    Em estilo neoclássico, foi projetado pelo arquiteto alemão Carl Friedrich Gustav Waehneldt, inspirado nos palácios renascentistas de Veneza e Florença, na Itália. O jardim foi desenhado pelo paisagista francês Auguste François Marie Glaziou. O telhado foi ornado com sete águias de bronze o que na época levou o carioca a chamá-lo de Palácio das Águias, apesar do nome oficial ser Palácio Nova Friburgo. 
     
    A entrada no Palácio é feita por um portão de ferro fundido na Alemanha. No saguão, seis colunas de mármore levam à escada principal. Na reforma para a chegada da Presidência, o espaço recebeu luminárias novas e estuques no teto com as Armas da República.
     
    O saguão é decorado por quatro pares de esculturas alegóricas: "O Pudor" e "A Glória", "Caçada ao Leão" e "Caçada ao Jaguar", "Ubirajara" e "Perseu", "Leitura" e "Escrita".
     
    A escada principal foi construída na Alemanha em módulos pré-fabricados de ferro fundido, uma das primeiras deste tipo a serem utilizadas no Brasil. O saguão da escada era iluminado naturalmente pela clarabóia de vidro colorido no teto, à qual se somaram, nos tempos da Presidência, as luzes das lâmpadas elétricas.
     
    O painel central e os arcos são decorados por cenas mitológicas copiadas dos afrescos pintados pelo renascentista italiano Rafael na Villa Farnesiana em Roma. Os vitrais laterais são de fabricação alemã e retratam musas e outras figuras mitológicas ligadas à ciência e às artes. Em um nicho na parede ao centro há uma cópia em metal da escultura Afrodite de Cápua, do Museu Nacional de Nápoles.
     
    O Salão Nobre ou Salão de Baile relembra a vida social e o luxo da corte. Nele eram realizadas as principais recepções do Palácio. As pinturas verticais representam cenas mitológicas associadas à música e às artes, e, na parte superior das paredes, pinturas em semicírculo referem-se à vida de Apolo, deus da música e da poesia.
     
    A presença da música é notada, ainda, nas liras que aparecem no parquet do piso. O mobiliário e os espelhos biseautés foram adquiridos pelo Barão de Nova Friburgo na França.
     
    Apesar de tanto luxo, nem o Barão, nem a Baronesa de Nova Friburgo, Laura Clementina da Silva, viveram muito tempo na nova casa, pois ele morreu em 1869 e ela, no ano seguinte.
     
    Os herdeiros do Barão de Nova Friburgo venderam o prédio para o governo da União em 1896 e no ano seguinte passou a abrigar os presidentes do Brasil até 1960. 
     
    O Palácio do Catete passou então por uma reforma geral comandada pelo engenheiro e urbanista Aarão Reis. As principais mudanças consistiram na adaptação de salões privados, domésticos e sociais como espaços de trabalho burocrático.
     
    O jardim também foi remodelado sob a coordenação do paisagista francês Paul Villon. Para o serviço da Presidência, nele foram construídos cocheiras, alojamentos de funcionários e da guarda presidencial e uma usina elétrica.
     
    O Palácio do Catete foi um dos primeiros prédios da cidade a ser iluminado por energia elétrica. A instalação dos serviços de eletricidade foi coordenada pelo engenheiro Adolfo Aschoff. A energia vinha de uma usina elétrica exclusiva, construída na lateral com a atual Rua Ferreira Viana, abastecida de carvão por um ramal da linha férrea.
     
    Posteriormente, a usina foi desativada e o prédio foi transformado em garagem presidencial  Atualmente serve de espaço expositivo ao vizinho Museu do Folclore Edison Carneiro.
     
    O antigo Palácio Nova Friburgo foi oficialmente inaugurado como sede da Presidência da República em 24 de fevereiro de 1897, no sexto aniversário da primeira Constituição republicana.
     
    Em 6 de abril de 1938, o Palácio do Catete e seu Jardim foram tombados pelo recém-criado Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), hoje Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O tombamento do jardim do Palácio é um instrumento de proteção e preservação de seus traços paisagísticos, que não podem ser alterados sem autorização prévia do IPHAN.
     
    Da inauguração em 1897 até a mudança da capital federal em 1960, dezenove pessoas ocuparam o Palácio do Catete como Presidentes da República: Manuel Vitorino (vice, 1897) Prudente de Moraes (1897-1898; seu mandato começou em 1894), Campos Sales (1898-1902), Rodrigues Alves (1902-1906), Afonso Pena (1906-1909), Nilo Peçanha (vice, 1909-1910), Hermes da Fonseca (1910-1914), Venceslau Braz (1914-1918), Delfim Moreira (vice, 1918-1919), Epitácio Pessoa (1919-1922), Arthur Bernardes (1922-1926), Washington Luís (1926-1930), Getúlio Vargas (1930-1945 e 1954), José Linhares (interino, 1945-1946) Eurico Gaspar Dutra (1946-1950), Café Filho (vice, 1954-1955), Carlos Luz (interino, 1955), Nereu Ramos (interino, 1955-1956) e Juscelino Kubitschek (1956-1961).
     
    O seu episódio mais trágico e marcante foi o suicídio do então presidente Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954. Ele disparou uma bala contra o próprio peito no quarto de dormir ainda de pijama.
     
    A partir de 1960, o palácio passou a abrigar o Museu da República. Ele abriga cerca de 9.400 itens, produzidos desde fins do século XVIII até os dias atuais. Cerca de dois terços do acervo são oriundos de transferências feitas pelo Museu Histórico Nacional.
     
    Os itens estão agrupados em 74 coleções museológicas, batizadas com os nomes das personalidades da história republicana aos quais os objetos se relacionam, ou a partir de referências temáticas. Ao todo, são 63 coleções de titulares e 11 coleções temáticas, o que denota o padrão biográfico da organização do acervo, isto é, objetos que dizem respeito às vidas privadas e públicas desses personagens da história republicana. 
     
    Fonte: Rio de Janeiro em seus 400 anos (autores diversos) e Wikipedia
     
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      • Comentário do post Paulo:
        Durante uma obra de reforma da fachada poucos anos atrás se diz que um operário que trabalhava na pintura da cor rosa original raspando as várias camadas de tinta que haviam sobre a parede, ele descobriu que a fachada originalmente era de mármore rosa. Então todas camadas antigas de tinta foram removidas revelando a bela fachada rosa claro em mármore que é vista atualmente.

      • Comentário do post DARCI PEREIRA DA SILVA:
        Gostaria dever uma foto da fachada do Palácio do Catete.
        Comentário do post Bafafá:
        Oi, incluímos uma foto da fachada, gratos!


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