Construído em 1829, o Farol da Ilha Rasa está localizado a cerca de 10 quilômetros da entrada da Baía de Guanabara. Trata-se de uma torre cilíndrica de três andares com lanterna e galeria com 26 metros de altura em alvenaria branca, com cunhais em cantaria de pedra aparente.
Tem em funcionamento uma das duas únicas lentes meso-radiantes de Fresnel da casa Barbier & Bernard (BBT). A outra encontra-se no Farol de Abrolhos, no estado da Bahia.
Emite dois lampejos brancos e um vermelho a cada quinze segundos com um alcance de 51 milhas náuticas para a cor branca e de 45 milhas náuticas para a cor vermelha.
É conjuntamente com o Farol da Ilha de Abrolhos, o farol marítimo mais potente do mundo, só sendo ultrapassado em alcance, pelo farol aéreo de Tetuan (aeroporto de Sania Ranel) em Marrocos, com 54 milhas náuticas de alcance.
O conjunto foi modernizado em 1883, passando a operar com energia elétrica gerada por um dínamo fabricado pela empresa francesa "La Maison Soutter et Lemunier".
Em 1907 foi instalada a estação pluviométrica e, em 1909, uma estação telegráfica, além de um pequeno guindaste para o abastecimento da ilha.
Nesse mesmo ano, em outubro, o antigo sistema elétrico foi substituído por um aparelho de iluminação incandescente a petróleo, fabricado pela "Maison Barbier, Bernardo e Turenne". Esse sistema encontra-se em perfeito estado até aos dias de hoje. Uma buzina foi instalada em 1913 e, em 1947, um radiofarol não-direcional (NDB), para apoio à navegação aérea.
Atualmente o farol opera com um motor elétrico de 0,5 hp. O equipamento antigo é mantido para casos de emergência. Quatro suboficiais da Marinha mantêm o farol em operação, num rodízio de três meses por equipe. Eles dispõem de celular e Internet e se alimentam com comida congelada levada de terra e com frutas – manga, coco, pitanga, limão e caqui, entre outras – das ávores existentes na ilha.
A ilha é inóspita, rodeada por pedras íngremes, de difícil desembarque, uma vez que não possui nenhuma praia. Também não possui fontes naturais de água potável.
Foi utilizada como prisão política, ali tendo estado detido o catedrático José Oiticica, por ocasião da Insurreição anarquista de 1918, e vários dos oficiais que participaram do levante dos “18 do Forte” em 1922.
Por questões de logística e ambientais não há visitação pública ao Farol. A melhor maneira de conhecer é através dos passeios de barco que passam pelo entorno da ilha, que é considerado um dos melhores pontos de mergulho do Rio de Janeiro.
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