Gerido pela Força Aérea Brasileira, é uma edificação de grandes dimensões com 274 metros de comprimento, 58 metros de altura e 58 metros de largura. O portão sul, o principal, abre-se em toda a altura do hangar e possui duas folhas de 80 toneladas de peso cada uma.
Estas portas eram abertas graças a potentes motores elétricos ou alternativamente, de forma manual. As instalações elétricas eram revestidas por uma blindagem para evitar o surgimento de qualquer fagulha, que poderia causar um incêndio catastrófico nos dirigíveis.
No topo do hangar, a 61 metros de altura, existe uma torre de comando, de onde se pode avistar toda a área circundante, desde Sepetiba até o rio Guandu.
É um dos últimos hangares de dirigíveis existentes e um dos mais bem conservados do mundo. É tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
A primeira viagem transatlântica de um dirigível entre a Alemanha e a América do Sul foi registrada em maio de 1930, tendo o LZ 127 Graf Zeppelin decolado de Friedrichshafen no dia 18 e chegado ao Campo do Jiquiá, na cidade do Recife, em Pernambuco, a 21 do mesmo mês.
Prosseguindo a viagem, pousou no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro no dia 25, causando alvoroço na então Capital Federal.
Após essa bem-sucedida viagem transatlântica inaugural, os zeppelins realizaram mais três viagens ao Brasil em 1931 e nove em 1932.
O dirigível Hindenburg sobre a cidade do Rio de Janeiro
Devido a esse sucesso, o seu fabricante e operador da linha aérea, a empresa alemã Luftschiffbau-Zeppelin GmbH, obteve autorização do governo brasileiro para construir um aeroporto, com instalações adequadas para a ancoragem e proteção das suas aeronaves.
Desse modo, em 1933, os técnicos alemães da empresa vieram ao Brasil para escolher uma área apropriada para o pouso e abrigo das aeronaves.
Após meticulosos estudos climáticos, de direção e velocidade dos ventos e também das possibilidades de meios de transporte terrestres, foi escolhida uma área próxima à baía de Sepetiba, no bairro de Santa Cruz, no Rio de Janeiro.
No ano seguinte, o hangar, concebido por engenheiros alemães, começou a ser construído pela Construtora Nacional Condor, empresa brasileira que seguiu as instruções estritas de montagem do enorme conjunto pré-fabricado recebido da Alemanha, que mais tarde foi denominado de Aeroporto Bartolomeu de Gusmão, em homenagem ao precursor da navegação aérea no Brasil.
Finalmente, em 26 de dezembro de 1936, na presença do então presidente Getúlio Vargas, o hangar foi inaugurado, com a ativação de uma linha regular de transportes aéreos com os dirigíveis.
O curisoso é que eram necessários 200 homens, apelidados de aranhas, segurando os seus cabos e que ficavam na pista para ajudar a atracá-los.
O uso do hangar pela empresa alemã foi de pouca duração, uma vez que, em 1937, o último zeppelin decolava do aeródromo após nove viagens ligando o Brasil à Europa. Dentre essas viagens, quatro foram realizadas pelo LZ 129 Hindenburg e cinco pelo LZ 127 Graf Zeppelin.
Com a tragédia do LZ 129 Hindenburg em 1937 e a eclosão da Segunda Guerra Mundial em 1939, o antigo Aeroporto Bartolomeu de Gusmão foi transformado na Base Aérea de Santa Cruz no ano de 1941, e o hangar passou a abrigar as diversas unidades aéreas militares que ali se instalaram ao longo dos anos.
Ainda no contexto da Segunda Guerra, foi utilizado como base aérea para os Blimps da aviação naval norte-americana (US Navy), que patrulhavam a costa brasileira.
Fonte: Biblioteca Nacional e Wikipedia
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