No início do século XVIII corria a notícia na Europa que o Rio de Janeiro era um entreposto de ouro que descia das montanhas de Minas Gerais. A mando do Rei Luís XIV da França, o corsário francês René Du-Guay Trouin foi incumbido de comandar uma esquadra para invadir e saquear a cidade, depois do fracasso de idêntica tentativa, empreendida por Duclerc um ano antes.
Em 1693, o ouro tinha sido descoberto em Minas Gerais pela expedição de Borba Gato e o fato não passou despercebido aos franceses.
Caso a invasão tivesse sucesso, Trouin teria que reservar ao Rei 1/5 do botim a ser obtido com a expedição. Comandando uma frota de 18 navios com dezenas de canhões e 5.824 homens, chegou ao Rio em 12 de setembro de 1711.
Para enganar a Marinha britânica, aliada dos portugueses, os navios foram preparados em diferentes portos, e partiram em momentos diferentes, e se reencontraram em La Rochelle em 9 de junho de 1711.
Apesar da defesa do Rio ter sido reforçada com canhões, não conseguiu resistir a tanto poderio militar. Sem resistência, a frota apossou-se da Ilha das Cobras e de numerosos morros. A população, em pânico, refugiou-se nas florestas vizinhas.
Sob a ameaça de destruição da cidade com canhões, os franceses ocuparam o Rio durante dois meses e exigiram uma fortuna equivalente a 4 milhões de libras, incluindo um carregamento de escravos africanos, que Duguay-Trouin mais tarde iria vender em Caiena, Guiana Francesa.
Os franceses se retiraram em 13 de novembro e ao retornar à França, René Trouin foi promovido, por sua audaciosa proeza, a Chefe de Esquadra (chef d'escadre) em 1715 e a Lugar-tenente Geral (lieutenant général), em 1728.
René Du-Guay Trouin morreu em 1736 pobre e desmemoriado.
A façanha dos franceses convenceu a Coroa Portuguesa da necessidade de se ocupar diretamente de sua colônia. Como dizem alguns historiadores: Portugal acordou, após a segunda invasão francesa.
Fonte: Biblioteca Nacional - Rio de Janeiro em seus 400 anos - Wikipedia
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