Brigitte chegou num dia chuvoso e não falou com a imprensa indo de fusquinha para a casa do namorado, na Av. Atlântica. A ideia de curtir as férias sem ser importunada ficou ameaçada com a presença de dezenas de repórteres de plantão na frente do edifício.
Para contornar o assédio, Brigitte Bardot, por sugestão de Bob, topou dar uma coletiva de imprensa no Copacabana Palace Hotel.
A condição para a coletiva era ser deixada em paz pela imprensa. Como era de se esperar, como é até hoje, jornalistas fizeram perguntas banais que foram respondidas sem muita paciência. Entre as perguntas, se ela também torcia pelo Flamengo.
Zaguri, o homem mais invejado do Brasil, escolheu se recolher na pacata Armação dos Búzios, uma então vila de pescadores desconhecida dos cariocas. Ficaram hospedados numa casa na Praia de Manguinhos, que pertencia a André Mourasieff, então representante das Nações Unidas no Brasil e amigo de Bob.
Ainda assim, alguns "paparazzi" da época descumpriram o trato e registram a presença da artista. Nada que a impedisse de circular de mãos dadas com Zaguri, passeando de barco e curtindo uma praia de biquini.
Brigitte gostou tanto que esteve no lugar em duas temporadas: entre 13 janeiro e 28 de abril; e a segunda de 18 de dezembro de 64 a 8 de janeiro de 65.
Búzios, então terceiro distrito de Cabo Frio, ganhou as páginas da imprensa internacional e passou a atrair muitos turistas estrangeiros influenciados por Brigitte. Não é a toa que o balneário virou o que é hoje, sendo inclusive o quinto destino mais procurado do Brasil e endereço da alta sociedade carioca.
Consta que o então prefeito de Cabo Frio, Antônio de Macedo Castro, concedeu à artista o título de cidadã honorária e ainda doou um terreno na Praia do João Fernandes para ela construir uma casa. No entanto, Brigitte Bardot nunca mais voltou.
Ainda assim, como forma de agradecimento pela fama que deu à cidade, a Orla ganhou seu nome (Orla Bardot) e ainda uma estátua da artista em tamanho natural, de autoria da escultora Christina Mota.