“Uma casa feita de caco e transformada em flor”. Era assim que Gabriel Joaquim dos Santos se referia à residência que passou décadas esculpindo, a Casa da Flor, em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, Estado do Rio.
Falecido em 1985, Gabriel usou cacos de cerâmica, louça, de vidro, ladrilhos, lâmpadas queimadas, bibelôs, conchas, correntes, tampos de metal.
Nascido em 1892, filho de um escravo com uma índia, Gabriel trabalhava na roça e alfabetizou-se com 36 anos.
Levado por seus sonhos, fantasia e imaginação, começou a “bricolage” de sua casa em 1923. A obra durou até o artista falecer, em 1985, aos 93 anos.
A Casa da Flor pode ser visitada todos os dias da semana.
A residência foi tombada como patrimônio cultural fluminense pelo Inepac, considerada expressão ímpar da arquitetura espontânea popular.
A Casa da Flor e sua arquitetura fantástica já foi tema de dezenas de debates, artigos e de documentários, entre eles O Fio da Memória, de Eduardo Coutinho.
Também foi criada a Sociedade de Amigos da Casa da Flor, liderada pela professora e pesquisadora Amélia Zaluar, para preservação e divulgação do imóvel. Amélia é autora do livro A Casa da Flor, Tudo Caquinho Transformado em Beleza, lançado em dezembro de 2012.