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  • Lagoa Rodrigo de Freitas era aldeia dos índios Tamoios e Sacopenapã

    Da Redação em 12 de Novembro de 2020    Informar erro
    Lagoa Rodrigo de Freitas era aldeia dos índios Tamoios e Sacopenapã

    Quando os portugueses fundaram a cidade do Rio de Janeiro, na segunda metade do século XVI, aldeias de tamoios estavam fixadas no entorno da lagoa que os indígenas chamavam de Sacopenapã que significa "caminho de socós".
     
    Segundo artigo do historiador Antonio Edmilson Martins Rodrigues, a ocupação colonial do lugar se iniciou com Antônio Salema, governador geral do Sul do Brasil entre 1574 e 1577.
     
    Após exterminar as aldeias da região, fundou o Engenho Del Rey, que ficava na atual área do Jardim Botânico. A partir de então, os canaviais começaram a dominar a paisagem.
     
    Quando voltou para Portugal, Salema aforou aquelas terras para Salvador Fernandes e Diogo Amorim Soares. Por volta de 1620, Sebastião Fagundes Varela, genro de Diogo, já era o proprietário de tudo – do Pão de Açúcar à Pedra da Gávea, incluindo as terras da costa oceânica. Não por acaso, a lagoa passou a ser chamada de Lagoa do Fagundes. 
     
    Quando, em 1702, sua bisneta Petronilha, herdeira do latifúndio, se casou com o oficial de cavalaria Rodrigo de Freitas de Melo e Castro, a lagoa finalmente ganhou o nome pelo qual é chamada até hoje.
     
    Em fins do século XVIII, os engenhos abertos nas terras que Rodrigo de Freitas arrendou já estavam decadentes em função da crise do mercado açucareiro.
     
    Várias áreas ocupadas começaram a ser loteadas, formando chácaras voltadas à economia de subsistência, que deram novas feições à paisagem local.
     
    No início do século XIX, com a chegada da família real ao Rio de Janeiro, terras da família Rodrigo de Freitas foram transferidas para a Coroa portuguesa, que construiu a Fábrica de Pólvora, às margens da lagoa, e criou o Real Horto, atual Jardim Botânico.
     
    Para chegar a esses novos empreendimentos, D. João ia até a Fonte da Saudade por um caminho precário conhecido como São Clemente e lá embarcava em uma canoa.
     
    Urbanização
     
    A abertura da Rua Jardim Botânico e a inauguração de uma linha de bonde, em 1871, que atravessava toda a sua extensão, atraíram empreendimentos para a região.
     
    Com a melhoria da mobilidade, indústrias começaram a se instalar no entorno da lagoa Rodrigo de Freitas, a exemplo das fábricas de tecido Carioca e Corcovado, da fábrica de chapéus Braga Costa e da fábrica de papéis coloridos David & Cia., esta última localizada na Fonte da Saudade, região assim chamada porque havia uma fonte com este nome na chácara do Conselheiro Serra-Lisboa.
     
    A industrialização resultou no aumento populacional da região, na construção de vilas e clubes operários, e no loteamento de chácaras.
     
    Paralelamente, ainda cresceu o número de famílias mais abastadas que optaram por morar distante do Centro para fugir das epidemias que lá proliferavam.
     
    Com o processo de adensamento, emergiu a necessidade de saneamento da lagoa Rodrigo de Freitas, cujas características geológicas e bioquímicas favorecem a mortalidade sazonal de peixes, segundo publicação da Fundação Rio-Águas.
     
    Foi o prefeito Carlos Sampaio que, em 1921, realizou o projeto do engenheiro Saturnino de Brito, abrindo os canais do Jardim de Alah e da Avenida Visconde de Albuquerque, permitindo a troca de águas entre o mar e a lagoa.
     
    A areia retirada para a construção deu origem às ilhas Caiçaras e Piraquê. No ano seguinte, foi inaugurada a Avenida Epitácio Pessoa e, no fim da década, surgiu o projeto cidade-jardim do engenheiro Zózimo Barroso do Amaral, que não foi realizado, mas deixou vários conceitos utilizados na urbanização da Zona Sul da cidade.
     
    Em movimento paralelo, o setor imobiliário começa a se interessar pela orla da lagoa, a partir da segunda metade da década de 1940.
     
    A pressão para remoção das favelas se inicia, mas o processo efetivo só ocorre no início da década de 1960 e se conclui na primeira metade dos anos 1970, em meio a incêndios ocorridos na Catacumba e na Praia do Pinto, como descreve matéria sobre a época.
     
    Sob protestos, a maioria da população removida é encaminhada para conjuntos habitacionais como Cidade de Deus, Vila Kennedy, Vila Aliança, Vila Paciência, Cordovil e Nova Holanda.
     
    Após a inauguração do Túnel Rebouças em 1967, um “processo agressivo de especulação imobiliária”, segundo artigo publicado pela Rio-Águas, é iniciado junto com aterros ilegais por parte das construtoras.
     
    Com isso, continua a publicação, a Rodrigo de Freitas é reduzida a quase 50% de sua área original, em função dos diversos aterros que vinham acontecendo desde 1808, quando D. João deu início aos empreendimentos na região.
     
    Protestos da sociedade e de arquitetos como Oscar Niemeyer e Lúcio Costa culminaram com o tombamento da orla da lagoa e um decreto determinando o alinhamento de seu espelho d’água, em 1975.
     
    Nas duas décadas subsequentes, o processo de urbanização da orla da lagoa acontece de forma contundente – isso inclui a inauguração da autoestrada Lagoa-Barra –, transformando o bairro em lugar estratégico de integração da cidade e em uma grande área turística e de lazer.
     
    Fonte: Márcia Pimentel/Multirio


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