TURISMO >> Passeios

  • Parque da Mata Atlântica: 150 espécies de plantas e 127 tipos de aves em pleno campus da UFRJ

    Da Redação em 10 de Setembro de 2023    Informar erro
    Parque da Mata Atlântica: 150 espécies de plantas e 127 tipos de aves em pleno campus da UFRJ

    Aproximadamente 150 espécies de plantas e 127 espécies de aves habitam o Parque da Mata Atlântica Frei Velloso, uma reserva ambiental dentro do campus da UFRJ na Ilha do Fundão.
     
    Também conhecido como Ilha do Catalão, seu nome original, o parque é frequentado por pesquisadores, professores, estudantes e pescadores e tem como um dos principais desafios a redução dos resíduos de poluição da Baía de Guanabara e a preservação ambiental.
     
    Localizado em meio a um espaço urbanizado, o Catalão reúne uma biodiversidade necessária à permanência e conservação de áreas verdes na cidade, além de atender às atividades de ensino, pesquisa e extensão de forma integrada.
     
    A gestão do Catalão é feita pela Prefeitura Universitária, que é responsável pela conservação, organização e utilização deste patrimônio ambiental da Universidade.
     
    O Plano Diretor Ambiental Paisagístico para a Cidade Universitária (PDAP), elaborado em 2017, traz diretrizes e orientações para uma gestão mais voltada à preservação e minimização dos impactos ambientais decorrentes da intervenção humana. Resgatar o ambiente paisagístico, respeitar os padrões naturais do ambiente e difundir o conhecimento sobre o patrimônio ambiental universitário são os seus principais objetivos. 
     
    O Plano Diretor de 2030 da UFRJ prevê a execução e desenvolvimento do PDAP em consonância com a conservação de áreas verdes, entre elas a Ilha do Catalão. 
     
    Obstáculos a serem enfrentados
     
    De forma indireta, toda a população é responsável pelo maior problema do Catalão atualmente: o lixo. Isso porque  a parte mais significativa de poluição no local é decorrente da maré da Baía de Guanabara.
     
    Segundo Vera do Carmo, coordenadora de Operações Urbano-Ambientais da Prefeitura Universitária (COUA/PU), a porção de lixo deixada pelos visitantes é praticamente insignificante quando comparada à enormidade de resíduos vindos da maré. O que não deixa de ser, indiretamente, o nosso lixo. O desafio está, portanto, em reduzir a quantidade de detritos que chegam na Ilha do Catalão.
     
    Além disso, a escassez de recursos para a manutenção da Ilha também é um grande obstáculo a ser enfrentado. A falta de infraestrutura adequada a um parque – como segurança reforçada, posto de vigilância, banheiros, serviço de limpeza, entre outros – impede a maior visitação do espaço pela comunidade acadêmica. “É uma despesa muito alta para a Universidade. É um pouco diferente de uma praia na cidade, que tem recursos ou taxa condominial do comércio para mantê-la. A Universidade, infelizmente, não tem recurso para manter a orla limpa”, diz Vera. 
     
    Biodiversidade e pesquisa
    Apesar de o Parque da Mata Atlântica Frei Velloso ter sido criado em 1997, no ano anterior houve a primeira intervenção de grande porte no local: um reflorestamento com plantio de 40 mil mudas. A técnica administrativa em educação (TAE) Beatriz Emilião conta que é por esse motivo que muitas espécies do parque já são consideradas adultas e têm em sua maioria grande porte. “É possível ver o quanto o Catalão já se desenvolveu. Ele já tem cara de floresta”, diz. 
     
    Foi a partir de 2017 que os investimentos no parque aumentaram em função dos esforços da Prefeitura Universitária em expandir as atividades na área. Nessa época, o Parque do Catalão passou a ter sinalização com placas e identificação das espécies por QR-Code, além de guarda ambiental para o espaço.
     
    Beatriz explica que o Catalão também é um importante ponto de pesquisa para diversos cursos da UFRJ – como Engenharia Ambiental, Paisagismo, Biologia, Geografia, Geologia e Botânica –, que desenvolvem estudos sobre coleta de folhas de pitangueira e pesquisas com aranhas e borboletas, entre outros exemplos. Além disso, esses cursos também realizam aulas de campo no parque, a partir das quais os alunos podem observar de perto e seus objetos de estudo.
     
    “Dar nome é conhecer. Imagine quando um professor de Botânica, por exemplo, traz a turma para a mata, em vez de apenas desenhar e fazer esquemas durante as aulas. É uma outra forma de ensino”, diz o engenheiro civil Alfredo Heleno, que também tem formação em gestão ambiental e trabalha no mapeamento de fauna e flora do parque. 
     
    Para manter a vegetação e, ao mesmo tempo, as possibilidades de caminhada dentro do parque, uma equipe da Prefeitura Universitária realiza mensalmente o serviço de roçada das trilhas. Beatriz explica que nas áreas de floresta a intenção é justamente não roçar, para deixar a natureza se estabelecer em sua forma natural.
     
    Ou seja, se cai uma árvore, ela é apenas cortada, colocada para o lado e “deixada para os insetos e outros animais, o que ajuda na sua decomposição”, conforme explica a pesquisadora. Assim, a fauna se aproveita do tronco seco e da vegetação que começa a germinar no local. “Esse é o próprio movimento da natureza”, completa a gestora ambiental, que também é mestre em arquitetura paisagística. 
     
    Na pequena Ilha do Catalão, há ruínas de um antigo forte . A construção está na reserva ambiental e a manutenção e cuidados do forte estão sendo administrados pelo Horto da UFRJ.

    Pescadores dizem que o forte foi erguido na época da Segunda Guerra Mundial, mas historiadores garantem que a construção é mais antiga. Uma grande murada, janelas e o portal ainda estão preservados.
     
    Espaço da Universidade
     
    Além de aulas de campo, pesquisas e visitas pedagógicas, o Parque também é um local de lazer e relaxamento para a comunidade acadêmica. Antonio e Jess são alunos do primeiro período de Biologia e vão constantemente para o Catalão nos intervalos das aulas. Eles contam que conheceram o local de forma despretensiosa a partir do convite de um amigo do mesmo curso. Segundo eles, é difícil ver estudantes passeando e aproveitando o parque. 
     
    “Aqui simplesmente é um lugar para relaxar, porque é muita paz. Eu me afasto um pouco do barulho do dia a dia e fico no meio do mato. Venho três vezes na semana ou pelo menos uma vez. Venho para descansar, dormir ou ler”, comenta Antonio. 
     
    A Ilha do Catalão é uma das oito ilhas unidas por aterramento no início da década de 1950 para compor o que hoje conhecemos como Cidade Universitária, a Ilha do Fundão, e abrange 17 hectares de Mata Atlântica. Durante a década de 1970, existiam residências e atividades comerciais na região, cujas ruínas o parque ainda preserva, como o Bar do Galvão e a casa da Dona Sinhá, a primeira moradora da Ilha.
     
    O nome do Parque é uma homenagem ao Frei José Mariano da Conceição Velloso, um importante botânico brasileiro do século XVIII.
     
    As visitas ao Catalão devem ser previamente agendadas por meio do formulário disponível no site da Prefeitura Universitária ou pelo e-mail coord.meioambiente@pu.ufrj.br. Todas as visitas são acompanhadas pela Coordenação de Operações Urbano-Ambientais (COUA/PU) e pela Divisão de Segurança.
     
    Fonte: Conexão UFRJ

    VÍDEOS

    Parque da Mata Atlântica


    • TURISMO QUE PODEM TE INTERESSAR

      Jockey Club Brasileiro, uma pequena cidade dentro do Rio de Janeiro
      Saiba Mais
      7 lugares para fazer piquenique no Rio de Janeiro
      Saiba Mais
      Ilha da Salina, em São Pedro da Aldeia, um lugar que parece cenário de cinema
      Saiba Mais


    • COMENTE AQUI

      código captcha

      O QUE ANDAM FALANDO DISSO:


      • Seja o primeiro a comentar este post

DIVULGAÇÃO