Nascido na capital paulista, Bruno de Otero Hermanny, aos seis anos de idade, se muda com os pais, para o Rio de Janeiro onde se tornaria uma lenda dos esportes aquáticos. Até hoje é o único brasileiro bi-campeão mundial de pesca subaquática na categoria individual.
Em sua homenagem, foi criado o Torneio Bruno Hermanny de Caça Submarina, que é sediado anualmente pelo Iate Clube do Rio de Janeiro.
Ainda criança foi levado ao Fluminense Futebol Clube para um teste de natação onde acabou permanecendo alguns anos treinando e competindo em provas de velocidade. Chegou a integrar equipes campeãs de nível Estadual, Nacional e Sulamericano (1954), em companhia, entre outros, de João Gonçalves, Aran Boghossian e Tetsujo Okamoto.
Quando completou 18 anos, alistou-se no serviço militar. Servindo ao exército, foi convocado para dois Campeonatos Mundiais de Pentatlo Moderno, destacando-se nas provas de natação e equitação.
Foi na pesca subaquática, no entanto, que alcançou mais êxito mergulhando no Arpoador e na Ilha das Cagarras. Venceu campeonatos estaduais, nacionais e em duas ocasiões foi medalha de ouro em Mundiais: em 1960, na Itália, e em 1963, no Rio de Janeiro.
A primeira conquista do mundial, em 1960, lhe rendeu uma capa na edição de 14 janeiro de 1961 da revista "Cruzeiro", ao lado de Pelé, Éder Jofre e de Maria Esther Bueno. A matéria fazia uma projeção da carreira dos quatro atletas e comentava as conquistas do ano anterior.
Além da pesca submarina, ele se destacava também em outros esportes. Em 1953, por exemplo, ele bateu o recorde mundial do Pentatlo Moderno competindo pelo Fluminense.
Segundo Ruy Castro, no livro Ela é Carioca, tudo começou no Arpoador. "Aos 13 anos, Bruno era o mais novo da turma e como só tinha uma máscara, ele era o último a mergulhar", conta. Segundo Castro, a irmã de Bruno, Tereza, foi a primeira mulher de Tom Jobim.
Bruno de Otero Hermanny faleceu no Rio de Janeiro em 20 de fevereiro de 1992.