Projetado pelo arquiteto Sérgio Bernardes, o Pavilhão de São Cristóvão, originalmente foi construído para abrigar a Exposição Internacional da Indústria e do Comércio em 1959. A obra foi encomendada por Joaquim Rolla, um dos empresários mais ricos do Brasil à época, dono inclusive do hotel Quitandinha, em Petrópolis.
Era um projeto audacioso, pois tinha uma das maiores áreas cobertas do mundo sem viga, com 156.000m².
Para cobrir o Pavilhão, sem o auxílio de colunas, as paredes tiveram de ser projetadas para ancorar os cabos de aço, compondo a superfície elíptica curvada em dois sentidos.
A cobertura original era plástica e tinha ventilação natural. Água era bombeada para os pontos mais altos e escorria para os mais baixos terminando numa espécie de cascata sobre dois lagos laterais, um sistema que ajudava a diminuir a temperatura ambiente nos dias mais quentes, bastante arrojado então.
Nos anos 70, o pavilhão ficou sem conservação e acabou sendo usado como barracão das escolas de samba. Em 1986, um vendaval destruiu o que restava da cobertura e a estrutura ficou sem uso, apenas como depósito da Riotur.
A partir de 2003, passou a ser usado como Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, uma feira que até então funcionava aos domingos do lado de fora do pavilhão. Até hoje a estrutura não tem cobertura, mas ganhou barracas que protegem do sol e da chuva.
Incorporada ao roteiro turístico da cidade, a Feira dos Nordestinos ganhou ruas internas que foram batizadas com os nomes dos nove estados nordestinos (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe).
No dia 15 de outubro de 2021, a Câmara Municipal do Rio aprovou a Lei 7.069/2021, que declarou a Feira como patrimônio imaterial da cidade.
Fotos históricas: Bernardes Arquitetura
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