Nunca ninguém poderia imaginar que uma escadaria na Lapa, antes sem atrativo algum e mal frequentada, fosse virar point turístico do Rio. Assim é a Escadaria Selarón que foi azulejada por obra do artista plástico chileno Jorge Selarón.
Radicado no Rio em 1994, depois de ter percorrido 57 países na aventura, Selarón fixou residência junto à escadaria e deu início à sua obra. Estima-se que utilizou milhares de azulejos doados pelo público carioca e por turistas de 60 países.
No ano 2000, ele conseguiu cobrir os 215 degraus e 125 metros da escadaria. A mistura é incrível: azulejos religiosos, de cidades, flores, animais, bandeiras, tudo minuciosamente colado peça por peça como um mosaico.
Em maio de 2005, a escadaria foi tombada pela Prefeitura e Selarón recebeu o título de cidadão honorário do Rio de Janeiro.
A morte do artista, aos 66 anos, até hoje inspira dúvidas. O pintor foi encontrado morto na Escadaria do Convento de Santa Teresa na manhã do dia 10 de janeiro de 2013 com o corpo parcialmente queimado. Até hoje não está claro se o artista foi assassinado ou cometeu suicídio apesar desta última tese parecer improvável.
Jorge Selarón dizia que sua obra só ficaria pronta depois de sua morte. O artista pode ter desaparecido, mas a sua memória é lembrada diariamente e seu legado já é o terceiro ponto turístico mais visitado do Rio depois do Corcovado e a Floresta da Tijuca. Morre o homem, nasce o mito.