Projetado em 1947, o Edifício Julio de Barros Barreto, em Botafogo, é um marco da arquitetura carioca. Vizinho à Universidade Santa Úrsula, o prédio de sete andares e 80 apartamentos (com 120 ou 150 metros quadrados) tem os traços característicos dos irmãos arquitetos, já falecidos, Marcelo, Maurício e Milton Roberto (do escritório MMM Roberto).
Tombado pelo Patrimônio Histórico, todas as unidades são dúplex, sendo que o prédio tem um piso intermediário entre os andares, para a entrada de serviço de cada uma delas.
Seu projeto foi baseado num criterioso estudo sobre a insolação, além do regime das chuvas e dos ventos. Um cuidado que se reflete numa das principais vantagens da construção, segundo moradores: a temperatura interna é sempre amena, a ponto de dispensar o ar-condicionado durante o rigoroso verão do Rio.
Na fachada, voltada para a Baía de Guanabara, ficam os quartos e salas, que, além de contarem com a brisa marítima, não são castigados pelo sol.
O prédio foi construído para funcionários do extinto Ipase (Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado) e causou rebuliço na época da inauguração, quando o gênero dúplex era novidade.
O jardim do prédio foi projetado pelo paisagista Roberto Burle Marx. Na área, havia um enorme lago. O jardim desapareceu em meados dos anos 60, quando a rua foi aberta. Num formato incomum, torre liga dois blocos
A estrutura do edifício Julio de Barros Barreto é curiosa: tem forma semelhante à da letra "Y". Afinal, é por isso que os quartos e salas têm a vista privilegiada do Morro da Urca e ainda ficam na sombra. A torre azul, na qual se localizam os elevadores e a escada, é ligada, por duas extremidades, a blocos separados.
Um indicativo de pompa são as janelas da torre, que têm vidros importados da então Tchecoslováquia.
Fonte: Ademi RJ
Fotos: João Calafate/Arq Guia e 5º Andar
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