Quando o Marquês de Lavradio assumiu o Vice-Reinado do Brasil em 1769, horrorizou-se com o degradante comércio de escravos em plena Rua Direita, a mais importante e central do Rio. Ele determinou que o mercado de escravos fosse transferido para a zona chamada Valongo, que estava então fora da área urbana.
Era um região não construída, cortada pelo caminho do mesmo nome, que ia até a Prainha. No novo local, foram construídos galpões para depósito e venda de negros desembarcados no Cais da Alfândega e levados até o Valongo. Somente muitos anos depois, em 1811 o Cais do Valongo foi construído evitando a baldeação pelo Centro.
De 1811 a 1831, estima-se que um milhão de escravos ali desembarcaram sendo porta de entrada dos negros vindos de Angola, da África Oriental e Centro-Ocidental.
Em 1831, o tráfico transatlântico de escravos foi proibido, por pressão da Inglaterra, e o Valongo foi fechado. Os traficantes passaram então a fazer o desembarque em portos clandestinos.
O Cais do Valongo recebeu o título de Patrimônio Histórico da Humanidade pela UNESCO em 9 de julho de 2017 por ser o único vestígio material da chegada dos africanos escravizados nas Américas. A Rua do Valongo chama-se hoje Rua Camerino.
Fonte: Rio de Janeiro em seus 400 anos/Biblioteca Nacional/Wikipedia