Até o século XVIII, o Largo da Lapa abrigava uma lagoa chamada Boqueirão da Ajuda. Era a única na cidade que desaguava no mar dificultando o acesso ao Engenho Del Rey no sentido da atual Zona Sul.
A lagoa era muito poluída por receber os dejetos sanitários da cidade despejados pelos "tigres", escravos responsáveis pela tarefa. O local era conhecido por ser um "pântano pestilento" que exalava um cheiro insuportável.
Devido à insalubridade da lagoa, toda a região era despovoada. Foi em função disso que o então o 4º Vice Rei do Estado do Brasil, D. Luís de Vasconcelos e Souza. decidiu aterrar a lagoa e construir no local o Passeio Público.
Primeiro parque público urbano da América Latina, o Passeio Público foi projetado pelo mestre Valentim da Fonseca e Silva e inaugurado em 1783.
Quase 100 anos depois (1861), a pedido de Dom Pedro II, o Passeio passou por uma reforma e ganhou um novo traçado, dessa vez feito por Auguste François Marie Glaziou, paisagista francês, que mudou o traçado das vias, mas manteve o par de obeliscos de Valentim.
O Parque foi tombado em 1938 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), com destaque para o conjunto que inclui o portão principal, Chafariz dos Jacarés, conhecido como Fonte dos Amores e os obeliscos.
Lenda
Segundo a tradição popular, detalhada por Joaquim Manoel de Macedo em "Um Passeio pela Cidade do Rio de Janeiro" , de 1862, o vice-rei Luís de Vasconcelos e Sousa teria se apaixonado por uma jovem chamada Susana, que morava num casebre à beira da lagoa.
Em homenagem a Susana, mandou teria mandado construir o jardim e a Fonte dos Amores.
A história foi levada à Passarela do Samba pela Portela no carnaval de 1988, com o enredo "Lenda carioca: os sonhos do vice-rei". O samba-enredo, que foi composto por Nenem, Mauro Silva, Isaac, Luizinho e Carlinhos Madureira, ficou em quinto lugar.
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