A Estrada de Ferro do Corcovado foi inaugurada pelo imperador Dom Pedro II em 9 de Outubro de 1884 e foi a primeira construída no país para fins turísticos. É mais antiga que o monumento do Cristo Redentor que foi aberto a visitação em 1931. Inicialmente utilizava tração a vapor depois trocado por um sistema elétrico em 1910.
Com 3,8 km de extensão, dada à inclinação do terreno (710 metros), foi utilizado o sistema Riggenbach, idealizado pelo engenheiro suíço Nicolau Riggenbach, que consiste na força da tração produzida pela pressão de uma roda dentada central sobre dentes verticais de uma cremalheira contínua situada entre dois trilhos laterais.
Os dentes de cada motor se encaixam na cremalheira e produzem o apoio e o movimento necessários para o funcionamento do trem.
O projeto foi idealizado pelos engenheiros Francisco Pereira Passos e João Teixeira Soares em troca de uma concessão de 50 anos. Além de construírem a ferrovia, ganharam várias facilidades: cessão gratuita de terrenos devolutos, inclusive para a exploração de hotéis-restaurantes, direito de desapropriar terrenos de domínio particular, isenção de taxas para a importação de trilhos, máquinas e demais objetos destinados à construção, bem como sobre o carvão de pedra indispensável para o funcionamento da estrada e das oficinas.
O projeto incluía um hotel nas Paineiras "com todo o conforto e as vantagens dos hotéis da Suíça e dos Estados Unidos" que só foi erguido com a chegada dos trilhos até o local.
O decreto de concessão previa quatro estações: uma na Rua Cosme Velho, a segunda no Silvestre (nome de então dono das terras Sylvestre Pires Chaves), a terceira nas Paineiras e a última no ponto final da ferrovia, 40 metros abaixo do Pico do Corcovado.
Os construtores se comprometeram a não empregar escravos na construção e no funcionamento da estrada, a não ser que seus serviços fossem remunerados.
A inauguração, inicialmente somente até as Paineiras, teve a presença do Imperador Dom Pedro II que deu o sinal de partida com a presença de convidados e a imprensa. O funcionamento previa seis viagens completas aos domingos e dias santificados e três viagens completas nos dias úteis. A companhia teria que se prontificar a colocar trens especiais "quando reclamados com duas horas de antecedência por mais de 25 passageiros".
Em 1885, foi inaugurado o último trecho das Paineiras ao Corcovado. No alto do morro foi construído um pavilhão de ferro fabricado na Bélgica, em forma de correto, que ganhou o nome de Chapéu de Sol.
A ferrovia foi essencial para o transporte do material utilizado para construir o Cristo Redentor a partir de 1926 cujas obras terminaram em 1931. A estátua foi inaugurada no dia 12 de outubro daquele ano.
Fonte: Biblioteca Nacional e Jorge de Semenovitch (livro Corcovado, a conquista da montanha de Deus).
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