A construção da Av. Central, a partir de 1904, exigiu a demolição de aproximadamente 600 prédios antigos. Com 1.800 metros de extensão e 33 metros de largura, ligando o porto à Av. Beira Mar, a nova avenida mudou a cara do Rio de Janeiro.
Curioso e abusivo foi a portaria municipal que dava poderes ao prefeito de desapropriar e de tomar posse de casas sem procedimento judicial. Bastava fixar um aviso nas moradias que seriam derrubadas e concedendo um prazo estreito para que seus moradores saíssem.
O projeto da obra foi chefiado pelo engenheiro André Gustavo Paulo de Frontin e incluia demolição, pistas, calçamentos, sistemas de esgoto, água, iluminação e eletricidade.
O estilo dos edifícios seguia o ecletismo francês com muita pompa e grandiosidade. Na formatação da rua, e isso vale até hoje, o trecho inicial da Praça Mauá até a Candelária, tinha foco nas casas de câmbio, negócios portuários, casa da moeda e bancos.
O segundo trecho, entre o que é hoje a Av. Presidente Vargas e a Av. Almirante Barroso, era voltado para grandes magazins, moda, cafés, uma verdadeira vitrine para ser visto.
O trecho final, da Almirante Barroso até o Obelisco, era voltado para a cultura e o entretenimento, não é a toa que a Cinelândia ganhou esse nome em função das diversas salas ao longo da praça. Destaque ainda para o Theatro Municipal (réplica da Ópera de Paris), a então Escola Nacional de Belas Artes e a Biblioteca Nacional.
Não é a toa que o Rio de Janeiro passou a ser chamada de Paris tropical.
A inauguração da Avenida Central aconteceu em 15 de novembro de 1905. O calçamento ganhou pedras portuguesas construídas por operários trazidos de Portugal especialmente para esta tarefa.
A iluminação era outro destaque com lampadários a base de óleo de baléias. O canteiro central ganhou mudas de pau-brasil e vagas de estacionamento para a então pequena frota de automóveis da cidade.
Consta que nos primórdios da então Av. Central, políticos locais chegaram a apresentar uma lei obrigando homens a usar trajes completos na avenida. Que obviamente nunca vingou...
A partir 1912, a avenida foi rebatizada em homenagem ao diplomata e ministro das Relações Exteriores do Brasil, o Barão de Rio Branco falecido neste ano.
Fonte: Multirio
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