A Primeira Exposição Nacional da Indústria, realizada no Brasil, em 1861, era apoiada pelo governo imperial e organizada pela Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional e pelo Imperial Instituto Fluminense de Agricultura. Era o primeiro inventário das riquezas naturais e industriais do Brasil.
O evento visava escolher os produtos que iram representar o país na Exposição Universal em Londres, a se realizar em 1862.
Toda a mobilização para a organização da exposição demandou uma aposta financeira alta do governo e de importantes instituições do império comprometidos com todo o processo que envolvia a exposição dos produtos, desde a Exposição Nacional até a chegada deles ao exterior: transporte interno e externo, acondicionamento adequado, tratamento adequado das espécies por especialistas, montagem dos estandes do Brasil e do exterior, organizadores, comissões julgadoras, premiações, produção de catálogos imensos etc.
Contando com mais de 50 mil visitantes, o primeiro evento organizado no Brasil surpreendeu pelo sucesso no número de expositores, de produtos e de visitantes.
Na ocasião foram publicados os Catalogos dos Produtos Naturais e Industriais remetidos das províncias do Império do Brazil, com minuciosa descrição dos produtos da fauna, flora, recursos naturais e invenções diversas enviadas por cada uma das províncias.
Da mesma forma, incentivou-se as províncias a organizarem suas exposições locais, criando-se para tanto as Instruções para as Exposições agrícolas nas Províncias do Império.
Essa primeira exposição foi realizada na Escola Central, no Largo de São Francisco, prédio adequado para a instalação dos estandes e exposição dos produtos divididos em grupos: indústria agrícola, indústria fabril e manual, indústria metalúrgica, artes e produtos químicos, artigos manufaturados e belas artes.
Entre as peças expostas estavam objetos de madeira, máquinas, relojoaria, tecidos, couro, cutelaria, vidros, tabaco, cerâmicas, esculturas, ferro e ferragens, óticos, velas, sabão, borracha, café, grãos, farmacéuticos, tapeçarias, bordados, almofadas, quadros, aquarelas, etc.
A primeira exposição organizada na Corte envolveu um aparato significativo para receber produtos e visitantes, manter a exposição funcionando durante 16 dias e desempenhar a contento todo o procedimento de avaliação, seleção e premiação dos itens expostos.
Para isso, o empenho em financiamento pago pelo Tesouro às províncias destinava-se em maior quantia àquelas que recolhiam produtos de regiões vizinhas e as organizavam para o envio até a Corte, como foi o caso do Pará. Com participação das províncias, o evento se tornou maior do que previa a comissão organizadora. Segundo o Relatório da Comissão, todo o edifício da Escola Central ficou lotado de produtos.
Na inauguração da exposição, no dia 02 de dezembro, o Marquês de Abrantes, que presidia a comisão diretora da mostra, fez um discurso saudando os membros da Familia Real e D. Pedro II, quando então a exposição foi aberta e inaugurada.
Após a execução do hino da exposição, composto pelo Maestro Carlos Gomes, os presentes percorreram todo o edifício.
Fonte: Mônica de Souza Nunes Martins, publicado no scielo.br
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