Em 1965, a Revista Manchete publicou um número especial intitulado “Rio Admirável Mundo Novo”, apresentando o projeto “Rio do Futuro”, do arquiteto Sergio Bernardes.
A proposta imaginava uma cidade tomada por 176 bairros verticais em forma de hélice, interligados por monotrilhos suspensos que deslizariam sobre colchões de ar.
Cada uma dessas “células urbanas” teria centros culturais, cinemas, galerias de arte, centros comerciais em forma de pirâmide, estádios e escolas sob arquibancadas — uma verdadeira metrópole futurista, com torres servidas por enormes elevadores e um porto em Sepetiba capaz de receber 42 navios.
Bernardes defendia que a ideia não era uma utopia, mas uma visão realista de futuro urbano. No entanto, olhando hoje para essas pranchas e maquetes, é inevitável o alívio: o Rio se livrou dessa aberração futurística.
A cidade preservou, apesar de todos os seus desafios, a escala humana, a paisagem e a identidade que a tornam única — bem distante das hélices de concreto sonhadas nos anos 1960.
Fonte: Bernardes Arquitetura