Shows antológicos marcaram a história do "Show Business" carioca. Um deles do cantor norte-americano Sammy Davis Jr em 1960. Ele foi recebido no aeroporto do Galeão pelo produtor Carlos Machado, a atriz Norma Benguel e a cantora Marlene.
De terno cinza com uma corrente de ouro, lenço vermelho no bolso e ligeiramente despenteado, Davis encantou o público carioca no Golden Room do Copacacabana Palace Hotel cantando e conversando com a platéia. A produção do show teve que ser revirar para encontrar um vibrafone pedido pelo artista. Ele teria recebido US$ 25 mil dólares por cinco apresentações, uma verdadeira fortuna na época.
O show foi tido como um dos acontecimentos do ano em matéria de atrações internacionais. Posteriormente, ele seguiria para São Paulo onde também causou "frisson" entre os paulistas.
Numa entrevista à imprensa antes do show carioca, Davis declarou: "Sou um homem apaixonado pelo amor". E brincou: "Até o Arthur Miller, casado com a Marilyn Monroe, não deixa de olhar uma beldade que passa", brincou.
Sammy naquele ano ano se casou com a atriz sueca May Britt. Consta que o casamento dos dois causou polêmica nos EUA. Um rumor ou mito era que John F.Kennedy e Robert F.Kennedy disseram a Frank Sinatra para dizer a Sammy Davis para não se casar com May Britt até depois da eleição presidencial de 1960.
Na época, o casamento inter-racial era proibido por lei em 31 estados dos EUA. O casal acabou casado pelo rabino William Kramer e o próprio Davis se converteu ao judaísmo.