O artista plástico mineiro Júlio Pedroso mudou literalmente a cara de uma escadaria em Copacabana. Até 2018 era um lugar degradado, escuro e propício para o consumo de drogas e se transformou na versão moderna da escadaria Selarón que tanto sucesso faz na Lapa.
Radicado no Rio há 10 anos, Júlio garante que não teve o artista chileno como inspiração. Batizada de AmoRal, junção de amor e moral, foi construída com cacos de azulejos que recolhe no lixo e cobre os 77 degraus da escadaria.
A dedicação do jovem de 27 anos chamou a atenção dos moradores do bairro que contribuem com a construção do enorme mosaico. Além de ganhar azulejos, inclusive do exterior, o artista é convidado para tomar café, almoçar e lanchar pelos vizinhos. “Esse menino é um amor de pessoa, sensível e sonhador”, conta a aposentada Marlene Campos.
Júlio Pedroso explica que vê humanismo na arte e quer expressar sentimentos com seu trabalho. “Como a bossa nova fazia, poeticando a vida”. Não é a toa que a escadaria é dedicada à bossa nova, inclusive com um trecho com referência a João Donato, curador da vizinha sala Baden Powell.
O artista mescla azulejos, pratos, espelhos, mármore, pastilhas e cerâmica. A escadaria começa ao lado da Sala Baden Powell e vai até o Morro do Inhangá, uma espécie de minibairro dentro de Copacabana.
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