A Orla da Baía de Guanabara é uma sucessão de aterros. Em Niterói, não podia deixar de ser diferente. O Aterro da Praia Grande, como ficou conhecido, é uma área que vai do Morro da Armação até o Morro de Gragoatá, marcos geográficos do Centro da cidade.
O aterro da Praia Grande foi concebido em 1940, quando o presidente Getúlio Vargas assinou o decreto-lei autorizando a prefeitura a executar um plano de urbanização e remodelação da cidade.
O acordo do governo do estado com a companhia concessionária consistia em que esta realizaria o aterro e a urbanização, seria dona dos terrenos, e destinaria ao estado um percentual de áreas para edifícios públicos e parques.
Até 1972, só havia sido aterrado uma pequena parte, onde está atualmente o shopping center Bay Market.
O governo estadual investe com recursos próprios e inicia as obras do Aterro, que entre 1971 e 1974 estiveram a cargo da Companhia de Desenvolvimento e Urbanismo do Estado do Rio de Janeiro, criada pelo governador Raimundo Padilha, desmontando-se o Morro do Gragoatá, para fornecimento de terra para os aterros.
Na área aterrada previa-se a construção de um Teatro Grego, Concha Acústica, Fontes sonoras e luminosas, 'playgrounds', restaurantes turísticos, aquários, praças de esporte, planetário, passarelas, auditórios ao ar livre, um bosque com 15.000 espécies, o Museu Monumento do IV Centenário de Niterói, um Centro Cultural e um Hotel de Convenções no Morro do Gragoatá (único edifício construído).
Com a saída do governo estadual da cidade e a mudança de capital, Niterói deixou de ser prioridade dos investimentos públicos, após o aterramento as obras de implantação do Parque da Praia Grande sequer foram iniciadas.
Em 1977, duas grandes áreas da parte sul do Aterro da Praia Grande foram desapropriadas pelo Governo Federal para a construção do Campus da Universidade Federal Fluminense, onde até então as suas várias faculdades estavam dispersas pela cidade - constituindo assim os atuais Campus do Gragoatá e Campus da Praia Vermelha, cujos prédios foram construídos no final da década de 1980 e início de 1990. Ao final da década de 2000 novos prédios dessa universidade foram erguidos nesses dois campi, completando a sua transferência.
Na segunda e terceira administração do prefeito Jorge Roberto Silveira (1997-2002) foi concebido o Caminho Niemeyer, e continuado na administração de Godofredo Pinto, originalmente como um conjunto de equipamentos culturais, projetadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer, que se estenderiam desde o Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC) no Mirante da Boa Viagem até o Aterrado Norte no Centro, vizinho Armação da Ponta d'Areia.
As sete obras já inauguradas de Oscar Niemeyer fazem da orla de Niterói uma sucessão de cartões-postais e um dos conjuntos arquitetônicos mais conhecidos no mundo.
Onde se localizava a Vila Olímpica, no aterrado norte, trecho mais degradado, foi implantando um conjunto de edifícios que formariam uma Praça Popular do Caminho Niemeyer, composto atualmente pelo Memorial Roberto Silveira, Teatro Popular de Niterói, Fundação Oscar Niemeyer.
Contudo, ainda há grande área vazia, formada por vários quarteirões às margens da Avenida Visconde do Rio Branco, prontos para edificação, mas sob forte especulação imobiliária.
Fonte: Wikipedia