O município de Nova Friburgo, localizado a 136 km do Rio, se estabeleceu em uma área indígena povoada por nativos das tribos Puri, Puri-Coroado e Guayacaz, que viviam em cabanas simples às margens dos rios.
Os primeiros europeus que chegaram à região foram os portugueses, atraídos pelo cultivo do café, que se expandiu a partir de Cantagalo. Junto com eles, vieram os escravos africanos, que trabalhavam na lavoura e nos serviços caseiros. No atual distrito de Lumiar, em Benfica, e em São Pedro da Serra, há evidências culturais de quilombos formados por negros e suas famílias, foragidos das fazendas de Cantagalo e da Baixada Fluminense.
Em 16 de maio de 1818, o Rei Dom João VI, sentindo a necessidade de estreitar os laços de amizades com os povos germânicos a fim de obter apoio contra o Império Francês, propôs uma colonização planejada, a fim de promover e dilatar a civilização do Reino do Brasil.
Para isso, baixou um decreto que autorizava o agente do Cantão de Friburgo, na Suíça, a estabelecer uma colônia de cem famílias na Fazenda do Morro Queimado, no Distrito de Cantagalo, no norte do Estado do Rio de Janeiro.
A sede da colônia recem formada recebe o nome de Nova Friburgo, em função da procedência dos seus primeiros colonizadores. No final de 1919 e início de 1920, depois de uma longa e penosa viagem em que muitos morreram, os suíços começaram a chegar, depois de serem construídos os edifícios imprescindíveis à vida da colônia.
Após a proclamação da Independência, o governo imperial enviou o major George Antônio Scheffer à Alemanha para contratar mais imigrantes. Em maio de 1824, chegaram a Nova Friburgo 343 alemães protestantes, liderados pelo pastor Frederico Sauerbronn.
O contingente que chegou ao município trouxe consigo a novidade do protestantismo para a região e um povoamento maior do que o até então existente. Assim, Nova Friburgo abrigou a primeira comunidade luterana do Brasil e a primeira Igreja Luterana da América Latina.
Mais tarde, a região também recebeu imigrantes italianos e sírios, acentuando o progresso da localidade. Além dos portugueses, africanos, suíços, alemães, sírios e italianos, presentes na cidade, outros imigrantes chegavam do Japão, Espanha, Hungria, Áustria e Líbano. Nova Friburgo tornou-se assim a única cidade do país colonizada por 10 nações.
Em 1870, com a inauguração da estrada de ferro Leopoldina Railway, que transportava o café de Cantagalo para o porto do Rio, surgiram estabelecimentos comerciais, hotéis, escolas – o Colégio Anchieta e o Colégio das Dorothéas – e indústrias do ramo da construção civil.
Esses empreendimentos se transformaram no centro urbano da região, onde os barões do café tinham propriedades. No final do século 19, Nova Friburgo era o principal produtor de alimentos da região oriental do Vale do Paraíba do Sul. Em 1890, foi elevada à categoria de cidade.
Nos primeiros anos do século 20 – enquanto na região do entorno desmoronava a economia que havia se sustentado sobre o latifúndio escravista –, Nova Friburgo convivia com o crescimento comercial e urbano: já existiam alfaiatarias, sapatarias e outras oficinas do setor de vestuário e de fabricação de ferramentas, pequenas fábricas de cerveja e café, além de um próspero comércio ambulante.
A cidade foi se afirmando também como um pólo de atração para pessoas em busca de melhores oportunidades, devido às condições adversas da vida no campo.
Em 1910, o presidente da República, Dr. Nilo Peçanha, inaugurou na cidade o Sanatório Naval, com a missão inicial de tratar as vítimas de beribéri, tuberculose e outras doenças. O clima frio era favorável para a recuperação dos convalescentes.
O imóvel, hoje tombado pelo Patrimônio Histórico, também foi utilizado como campo de internação para tripulantes de navios alemães, aprisionados pelo governo brasileiro em vários portos durante a Primeira Guerra. A partir de então, a cidade passa a receber diversos visitantes em busca de tratamentos de saúde. Muitos deles, acabaram fixando residência na cidade.
Em 1935, o trem que passava pelas ruas da cidade, ao lado de automóveis e ônibus, ganhou a sua estação de passageiros, no prédio onde atualmente funciona a Prefeitura Municipal. Dois anos depois, a fábrica de Ferragens Hans Gaiser (Haga), em que o nome da empresa são as iniciais do proprietário, se instalou na cidade. Nova Friburgo se transformava em pólo industrial e comercial do Centro-Norte fluminense, atraindo moradores das cidades vizinhas, que enfrentavam um processo de esvaziamento.
Em 1960, o município contava com cerca de 70 mil habitantes. Crescia o êxodo rural: quase 80% da população vivia na área urbana. Ali se instalaram novas fábricas, principalmente no setor metalúrgico.
No entanto, mesmo com o crescimento do setor de mecânica e metalurgia, ainda eram as fábricas têxteis (em maior número e poder econômico) que empregavam maior contingente de trabalhadores.
Naquela década surgiram as primeiras iniciativas voltadas para o planejamento urbanístico da cidade e promovidas políticas de relações diretas com o governo da Suíça para consolidar a imagem de Nova Friburgo como “a Suíça Brasileira”.
Destes contatos, resultaram iniciativas como a construção da Queijaria-Escola, em convênio estabelecido por meio da Associação Fribourg – Nova Friburgo; a produção de vasto material de pesquisa e propaganda sobre as raízes helvéticas do município e o estímulo para que os friburguenses buscassem informações sobre suas árvores genealógicas no Departamento da Pró-Memória da Prefeitura.
No início da década de 1980, o setor têxtil sofre uma forte crise e inúmeras indústrias fecham as suas portas. Deu-se aí, o surgimento de incontáveis micro-empresas atuando na confecção de moda íntima. A princípio, a falência das grandes indústrias poderia representar uma decadência econômica para Nova Friburgo, mas o empreendedorismo daqueles que perderam seus empregos reverteu a situação em favor do desenvolvimento regional.
Hoje, Friburgo é responsável por 25% da produção nacional de lingerie e é conhecida pelo título de “Capital da Moda Íntima”. O Pólo de Moda Íntima de Nova Friburgo e Região possui cerca de 1000 confecções que geram 20 mil postos de trabalho – 8 mil diretos e 12 mil indiretos. O bairro de Olaria e o Distrito de Conselheiro Paulino concentram, atualmente, um grande número de confecções, depósitos e lojas de moda íntima.
Conselheiro Paulino também é responsável por abrigar o maior número de indústrias do setor metal-mecânico. Ao todo, a produção industrial da cidade representa 41% do Produto Interno Bruto (PIB) friburguense, perdendo apenas para o setor de serviços, segundo dados da Firjan.
Mas a primeira atividade econômica registrada em Nova Friburgo foi a agricultura. Inicialmente praticada por imigrantes, o cultivo de inúmeras variedades de frutas, legumes, verduras e até flores transformou a cidade em referência estadual da agroindústria.
Atualmente, Nova Friburgo detêm o título de maior produtora de morango, couve-flor e flores de corte do estado, e ainda destacam-se as culturas de tomate, inhame, truta, oleiriculturas e etc no cenário nacional.
A rica história de Nova Friburgo diferencia e define o seu povo. Um traço marcante da cidade é a influência deixada pela colonização, especialmente a européia, que contribuiu com o maior número de colonos, cujos costumes foram incorporados à cultura do povo friburguense.
Tais costumes fizeram de nossa gente, um povo empreendedor e determinado que lutou para superar várias adversidades ao longo da sua história e tornou Nova Friburgo uma referência na região centro-norte fluminense.
O Município também se destaca pela tradição turística proporcionada pelo seu clima, belas paisagens e por possuir fortes atrativos como a indústria de lingerie, Queijaria Escola, chocolates artesanais, gastronomia variada e internacional, produtos de beleza derivados de leite de cabra e eucalipto, além da indústria metal mecânica, comércio diversificado, universidades e escolas que reúnem um centro de excelência em ensino. Inclusive, a cidade já deteve o título de segunda maior rede hoteleira do estado.
O Carnaval friburguense ainda é considerado o segundo melhor do Rio de Janeiro, com desfile das suas escolas de samba e blocos. Além de atrair muitos turistas pela tranquilidade e segurança.
Atualmente, Nova Friburgo conta com quatro universidades que oferecem diversos cursos. Entre eles, o curso de Gastronomia, que é uma novidade no interior do estado e atrai alunos de diversas partes do país, fortalecendo a vocação de turismo gastronômico da cidade. Os demais cursos encontrados na cidade têm universitários de vários municipios adjacentes.
Nova Friburgo é o maior produtor de truta do estado do Rio de Janeiro. A espécie, que é parente do salmão, se adapta muito bem ao clima frio e águas cristalinas. Os truticultores da região investem cada vez mais na criação do pescado e muitos já apontam Nova Friburgo como a capital da truta. A produção mensal chega a três toneladas. Nos últimos anos, no mês de novembro, o Nova Friburgo Convention & Vistors Bureau, em parceria com restaurantes, realiza o Festival da Truta. Dezenas de estabelecimentos participam do evento, voltado para o turista.
Outra grande referência de Nova Friburgo é a sua produção de moda íntima. Tanto pela quantidade de cofecções quanto pela qualidade dos produtos. O polo de Nova Friburgo conta atualmente com mais de 1,3 mil confecções, que são as responsáveis por 21 mil postos de trabalho diretos e indiretos, e pela produção de aproximadamente 114 milhões de peças por ano.
Em Nova Friburgo, é realizada a Feira Brasileira de Moda Íntima, Praia, Fitness e Matéria-Prima (Fevest), uma das maiores da América Latina. O evento apresenta tendências de moda para confeccionistas e compradores e movimentou mais de 40 milhões de reais em 2013.
A cultura da cidade é fortemente influenciada pela colonização europeia. Tanto, que no centro da cidade, um dos principais pontos turísticos é a Praça das Colônias. O local frequentemente recebe eventos relacionados às dez nações que colonizaram Nova Friburgo.
Outro traço forte da cultura municipal é a trova, uma modalidade literária de poesia. Em 2014, a União Brasileira dos Trovadores – Subseção Nova Friburgo realizou a 55ª edição dos Jogos Florais. A tradição dos Jogos conferiu à cidade o título de Berço da Trova.
Ao falar da cultura friburguense, não podemos esquecer de mencionar as centenárias bandas Euterpe Friburguense, Campesina Friburguense e Euterpe Lumiarense. A primeira, foi fundada em 1863. Sete anos depois, em 1870 veio a Campesina Friburguense. A caçula das sociedades musicais, a Euterpe Lumiarense, data de 1891.
A alta estação turística de Nova Friburgo é o inverno. Com temperaturas baixas, a cidade recebe muitos visitantes em busca de curtir o frio da serra e se deliciar com a gastronomia e também os dois festivais de inverno que integram o calendário de eventos municipal.
Entre os meses de julho e agosto, Friburgo é palco do Festival Sesc de Inverno, que está na sua 13ª edição, e do Festival de Inverno de Nova Friburgo, na sua 12ª edição.
Enquanto a programação oferecida pelo Sesc inclui música, artes plásticas, cinema, literatura, oficinas e várias formas de arte popular, o outro Festival tem a proposta de oferecer música clássica e erudita de qualidade, como nomes internacionais.
A dança também marca presença na cultura de Friburgo. Há 26 anos, a cidade recebe o Encontro Sesc de Dança, que é uma referência do gênero no estado, sempre com artistas de peso no cenário nacional.
Fonte: Prefeitura de Nova Friburgo
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