A Prefeitura do Rio de Janeiro inaugurou o Solário Carioca, uma usina fotovoltaica com capacidade de 5 megawatts, instalada em Santa Cruz, na Zona Oeste.
O projeto é resultado de uma parceria entre a C40 Cities, a agência alemã GIZ e o programa CFF – Cities Finance Facility, que apoia iniciativas de transição climática em grandes centros urbanos.
Com 15 hectares de área, sendo 8,4 hectares ocupados por 9.240 painéis solares de 700 watts, o Solário Carioca é capaz de gerar energia suficiente para abastecer cerca de 100 escolas públicas por dia. O projeto também representa um avanço econômico e social, com 234 empregos diretos e 60 indiretos, priorizando trabalhadores da própria comunidade de Santa Cruz. A energia gerada será 100% limpa e 20% mais barata para o município.
Construído em apenas cinco meses, o empreendimento recebeu R$ 45 milhões de investimento privado do Consórcio Rio Solar, vencedor da licitação da CCPar (Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos). A parceria público-privada (PPP) terá duração de 25 anos, período em que o consórcio será responsável pela implantação, operação e manutenção da usina.
Parceria internacional e reconhecimento global
O lançamento reforça o papel do Rio de Janeiro como cidade líder em inovação climática.
Durante a cerimônia de inauguração, Mark Watt, diretor-executivo da C40 Cities, destacou que o modelo do Solário Carioca está sendo replicado em 30 cidades no mundo, com 38 projetos que beneficiam mais de 1,2 milhão de pessoas.
“É um exemplo do poder da liderança pública aliada a parcerias privadas.”
O projeto nasceu de um movimento iniciado na COP21, em Paris, quando Eduardo Paes, então presidente da C40, lançou o mecanismo CFF (Cities Finance Facility) para financiar planos de ação climática em grandes cidades.
Para a C40 e seus parceiros, o Solário Carioca é um modelo global de transição justa, que une sustentabilidade, geração de emprego e inclusão social.
O cônsul-geral da Alemanha, Jan Freigang, e o diretor da GIZ no Brasil, Jochen Quinten, ressaltaram o simbolismo da inauguração, que antecede dois grandes eventos internacionais sediados no Rio: o Fórum de Líderes Locais da COP30 e a Cúpula Mundial de Prefeitos da C40, de 3 a 5 de novembro, no Museu de Arte Moderna (MAM).
De aterro sanitário a polo de energia limpa
O terreno que hoje abriga o Solário Carioca funcionou por décadas como aterro sanitário, recebendo toneladas de resíduos sólidos da cidade. Com a desativação da área, o espaço foi transformado em um polo de energia renovável — um novo capítulo para Santa Cruz.
O projeto evitará a emissão de 40 mil toneladas de CO₂ por ano, o equivalente à retirada de 25 mil veículos das ruas, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.
CFF e o futuro da transição energética
Criado há dez anos, o Cities Finance Facility (CFF) oferece suporte técnico e financeiro a cidades que buscam implantar infraestrutura verde e resiliente. Além do Rio, o programa apoia dezenas de projetos no mundo inteiro, convertendo planos climáticos em empreendimentos reais.
A Prefeitura já mapeia novas áreas degradadas com potencial para receber usinas semelhantes, com a meta de atingir 20 megawatts de capacidade instalada até 2028.
Impacto social e educacional
Mais do que reduzir custos de energia, o Solário Carioca impulsiona a economia local. A obra priorizou mão de obra e fornecedores da região, movimentando os setores de segurança, transporte, alimentação e construção civil em Santa Cruz.
O projeto também terá função educacional, promovendo visitas guiadas, oficinas e parcerias com escolas e instituições técnicas, para disseminar o conhecimento sobre energia solar, sustentabilidade e reciclagem entre jovens e estudantes.
Fonte: clickpetroleoegas.com.br