O nome Rocinha vem de uma fazenda conhecida como "roça" que ocupava o local na década de 1920. É a maior favela da América Latina, localizada na Zona Sul do Rio e com uma população de cerca de 120 mil habitantes. Ao contrário do que muita gente pensa não faz parte de São Conrado já que virou bairro em 1993.
A comunidade teve origem na divisão em chácaras da antiga Fazenda Quebra-cangalha, produtora de café. Adquiridas por imigrantes portugueses e espanhóis, tornaram-se, por volta da década de 1930, um centro fornecedor de hortaliças para a feira da Praça Santos Dumont, na Gávea, que abastecia a Zona Sul da cidade.
Seu loteamento começou em 1927 apesar do crescimento ter acontecido sem regularização dos terrenos.
A proximidade com as residências de classe média alta marca um profundo contraste urbano na paisagem da região, sendo frequentemente citado como um símbolo da desigualdade social do Brasil.
Seu índice de desenvolvimento humano (IDH) no ano 2000 era de 0,732, o 120º colocado entre 126 regiões analisadas no município do Rio de Janeiro.
O bairro é dividido pela parte baixa, conhecida como Barcelos, onde encontra-se grande variedade de comércio e serviços, além de muitos imóveis residenciais de qualidade.
Já outras áreas, como a Vila Macega, possui casas de madeira sem infraestrutura com famílias vivendo em situação de extrema pobreza.
Em 1938, a Estrada da Gávea foi asfaltada, tornando-se o local onde ocorria o "circuito da baratinha", uma disputada corrida de automóveis.
Na década de 1940, acelerou-se o processo de ocupação por pessoas que acreditavam serem aquelas terras públicas, isto é, sem dono. A partir da década de 1950, houve um aumento de migração de nordestinos para o Rio de Janeiro, direcionando-se em parte para a Rocinha.
Nas décadas de 1960 e de 1970, registrou-se um novo surto de expansão, agora devido aos projetos de abertura dos túneis Rebouças e Dois Irmãos, que contribuíram para uma maior oferta de empregos na região.
Seu crescimento aconteceu sem infraestrutura, com a degradação de áreas verdes, ruas estreitas, falta saneamento e de luz do sol, além de fornecimento de água através de bicas, entre outros problemas. Não é toa que o bairro é um dos principais focos de tuberculose do país, apresentando uma taxa de incidência da doença de 372 casos por 100 000 habitantes, uma taxa 11 vezes maior que a média do país.
A partir da década de 1970, a comunidade obteve os primeiros progressos, resultado das reivindicações ao poder público, como a implantação de creches, escolas, jornal local, passarela, canalização de valas, agência de correios, etc. O primeiro posto de saúde foi criado em 1982.
Em 2010, o bairro ganhou uma passarela de pedestres, a Passarela da Rocinha, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e que liga a favela ao complexo esportivo, situado no outro lado da autoestrada Lagoa-Barra.
A precária presença do poder público possibilitou o fortalecimento do crime organizado, sustentado pelo tráfico de drogas. A comunidade é constantemente alvo de disputas de quadrilhas de traficantes.
Desde 2012, a favela passou a ser atendida pela 28° UPP com o efetivo de 700 policiais. A comunidade possui 80 câmeras de vigilância para ajudar os policiais na segurança da comunidade.
A Rocinha é margeada pela Autoestrada Lagoa-Barra, via que liga os bairros da Gávea e da Barra da Tijuca. Pela via, circulam diversas linhas de ônibus e de vans, que permitem que o morador vá para outros pontos da cidade. Já dentro da comunidade, circulam kombis e moto-táxis, que auxiliam no deslocamentos de quem sai e de quem volta para casa. A Estrada da Gávea, que corta a Rocinha, é a principal via no interior da comunidade, tendo início em São Conrado e estendendo-se até a Gávea.
A favela conta com uma estação do Metrô do Rio de Janeiro nas proximidades, a Estação São Conrado, inaugurada em 2016 e que atende a Linha 4. Desde o dia 9 de outubro de 2017, existe uma integração tarifária entre vans legalizadas e o Metrô do Rio de Janeiro possibilitando que moradores da Rocinha e do Vidigal paguem um preço mais baixo para utilizar os dois modais de transporte.
A integração é feita nas estações Jardim de Alah e São Conrado, enquanto que pelo menos 66 vans, identificadas com uma faixa amarela na lateral, estão autorizadas a fazer a integração com o metrô.
A Rocinha virou também atração turística com passeios de jeeps em seu interior e cenário de filmes nacionais e estrangeiros.
Fonte: Wikipédia
Fotos: Google Street