Nascido em 1947, no Chile, Jorge Selarón foi pintor e ceramista autodidata radicado no Rio desde os anos 90. Sua maior e mais conhecida obra é a Escadaria Selarón, que liga a Rua Joaquim Silva, no bairro da Lapa, à Ladeira de Santa Teresa, no bairro de Santa Teresa. Um lugar antes sem atrativo algum, hoje é o terceiro ponto turístico mais visitado da cidade.
Selarón nasceu em Limache, uma pequena cidade localizada a uma hora de viagem de Viña del Mar e Valparaíso, numa família de classe média.
Aos 10 anos, conheceu Buenos Aires e decidiu que queria conhecer o mundo. Aos 17 anos, viajou à Europa de carona num navio. Passou a sobreviver dando aulas de tênis. Viajou por toda a Europa, até a Índia.
Passou por 57 países até decidir que viveria no Rio de Janeiro. Passou a vender quadros em restaurantes da cidade, o que já havia feito antes em outras cidades. Após fixar residência junto à escadaria, em 1990, Selarón, inicialmente, instalou uma série de banheiras ajardinadas nas calçadas, que foram, subsequentemente, pintadas e adornadas com azulejos, inspirado no Parque Güell de Barcelona.
A partir de 1994, sobre a pintura verde-amarela com que os moradores decoraram a escadaria para a copa do mundo de futebol de 1994, Selarón passou a azulejar os degraus.
Trabalhando solitário e contando apenas com o rendimento obtido com a renda de seus quadros e eventuais doações de moradores, com dificuldade atingiu sua meta de ter os 215 degraus e 125 metros da escadaria concluídos antes do ano 2000.
O pintor foi encontrado morto na Escadaria do Convento de Santa Teresa na manhã do dia 10 de janeiro de 2013. O corpo queimado do artista estava junto a uma lata de thinner. Um pouco antes, haviam sido ouvidos gritos de socorro e cachorros latindo.
Em novembro do ano anterior, Selarón havia denunciado à polícia que vinha sendo ameaçado de morte por um ex-colaborador de seu ateliê, Paulo Sérgio Rabello, que queria obrigá-lo a ceder os rendimentos obtidos com a venda de quadros. Por conta disso, nos últimos meses, ele andava muito triste e vivia trancado em casa.
Em depoimento gravado para um documentário feito em 2010 pelo cineasta Stephano Loyo, o artista havia declarado que a escadaria só ficaria pronta no dia de sua morte, quando ele se tornaria a própria escadaria e, desse modo, se eternizaria.
Sua sepultura no cemitério São João Batista é uma réplica de sua escadaria (foto) com destaque para o vermelho, cor que Selarón passou a usar com frequência antes de terminar a sua obra.
Fonte: Wikipedia
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